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Aos 61 anos, Zé decidiu que não iria morrer e começou de novo, contra o vício

Campo Grande News - 04 de janeiro de 2016 - 14:45

O violão ainda é parceiro ao menos uma vez por mês (Foto: Marcos Ermínio)
O violão ainda é parceiro ao menos uma vez por mês (Foto: Marcos Ermínio)

Os dedos ainda são ágeis no violão e o timbre da voz parece ainda melhor. O chapéu recai perfeitamente ao terno alinhado e escuro. Tudo continua igual, menos o bluesman, esse mudou. Zé Pretim decidiu há cinco meses que não iria mais morrer. Contra todas as expectativas e aos 61 anos se internou em uma clínica de reabilitação com o propósito de deixar o álcool e as drogas para trás.

Ao todo são nove meses de tratamento, que ele cumpriu mais da metade. A carreira que cambaleava há muito tempo foi deixada de lado de vez. Apenas nos dias de visita, na clínica Cadri, em Campo Grande, que ele se aproxima de um violão para tocar um hino de louvor ou um blues das antigas.

Em entrevista ao Lado B, ainda internado, Zé Pretim, tem apenas um sonho para 2016. "Eu espero e tenho certeza que vou terminar meu tratamento e tocar lindamente por esse país", diz, confiante.

Há mais de 20 anos dependente químico, o músico confessa que nos últimos tempos só desejava morrer. "Eu queria morrer, mas não com um tiro ou coisa assim. Eu pensei vou usar droga e beber até morrer", relata.

Mesmo assim, uma vez, Zé disse que "louco" pensou em tacar fogo na casa, já sem água e condições de higiene. "Foi um tempo em que eu olhava para mim e não estava conseguindo me enxergar como gente, até pensei um dia muito doido em casa, acho que não estou valendo mais nada. Vou tacar fogo na casa. Mas, Deus não deixou eu fazer isso. Pensei, fumando cigarro que estava na hora de acabar com tudo isso", relembra.

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