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Ao redor das panelas, sete grupos cervejeiros fazem 1ª "brassagem" coletiva

Redação - 17 de maio de 2015 - 07:46

Este é o processo da brassagem (Foto: Marcos Ermínio/ Campo Grande News)
Este é o processo da brassagem (Foto: Marcos Ermínio/ Campo Grande News)

Quem acha que cervejeiro só gosta de uma mesa de boteco ou da loira estupidamente gelada, engana-se. Muitos deles preferem produzir a própria bebida, um movimento que ganha força em Campo Grande. No sábado (16), sete grupos se reuniram para a 1ª Brassagem, o cozimento do malte, uma das primeiras etapas da produção artesanal.

Com o matéria prima na panela, eles trataram de providenciar a segunda fase da fabricação, como pretexto para muita conversa. Os grupos caminham para virar mestres no processo, do ferver, fermentar, engarrafar, até o provar da cerveja.

O encontro, organizado por Raul Coelho, campo-grandense de 30 anos, ganhou forma em menos de três meses, reunindo gente pelo Whatsapp. O aplicativo também serve para trocar receitas, dicas, experiências e falar da cerveja.

Os "homebrewers", como são chamados, escolheram a brassagem para reunir os integrantes, justamente, porque é longa, pode durar de 6 a 8 horas. O ideal para se falar do que mais gostam e degustar diferentes tipos de cervejas feitas por eles mesmos.

Em Campo Grande, os cervejeiros se dividem entre os Beeir Feld, Triumvirate, Wormsbeeir, Barba Negra, Santa Capivara, Os canalhas e o Grupo do Fabiano.

A maioria tem produção caseira, proíbida de ser vendida, dando mais charme e o status de exclusividade à bebida. Mas 3 têm mircrocervejarias estabelecidas, a Morena Bier, Kapiwara e Cervejaria Moagem.

O Estado tem até a ACERVA, a Associação de Cervejeiros Artesanais, que em 3 anos já conta com 50 pessoas.

Renam Heimbach, dono da Casa do Chef (Rua Euclides da Cunha), resolveu entrar de cabeça nesse assunto e, além de trabalhar com o que ama, se especializou em “somelie” cervejeiro. Hoje, faz da loja um dos pontos de divulgação dos produtos feitos pelos colegas.

A 1ª Brassagem não teve gente entornando copos e falando besteira, nada disso. Para os cervejeiros, em volta de suas enormes panelas, com cerca de vinte litros de malte e grãos, é um momento para ser degustado sem pressa, para sentir diferentes aromas das cervejas já prontas, servidas durante o evento.

A festas uniu os sete tipos produzidos aqui com a boa culinária. Segundo Elber Barreto, o encarregado pela churrasqueira, o prato principal "foi pensado para combinar com a bebida": uma bela costela recheada com palmito, alcaparras, tomate e requeijão, além de linguiça caseira.

Embalado ao som de rock clássicos, o evento tipicamente "masculino" contou com apenas uma mulher. Vanessa Palhares é esposa de Fabiano Gonçalves e ajuda o marido na produção.

Fabricação - Todos juram que não é complicado fabricar a cerveja. Até em apartamentos é possível, com as ferramentas necessárias: panelas, escumadeiras, colheres, termômetro e, claro, um fogão.

Outro item indispensável, para que tudo corra bem e dê certo, sem azedar a receita, é a limpeza do local e higiene também no momento do engarrafamento, que exige uma esterilização para garantir o sabor e o aroma da cerveja sem interferências.

O custo fica em torno de 120 reais, segundo o organizador do evento. Tudo depende do que você irá colocar na receita, que basicamente é feita de malte, lupulus e levedura.

O grupo "Triumvirate", por exemplo, deu um sabor regional, usando "burrito", erva extremamente cheirosa, boa para tereré, que foi acrescentada com a intenção de criar algo bem sul-mato-grossense.

Mas o resultado só poderá ser degustado daqui dois meses, mais ou menos, revelou Leonardo Kulazynski um dos integrantes do grupo, até que o processo seja concluído.

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