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Anvisa aprova novo medicamento com menos efeitos colaterais

180 Graus - 04 de março de 2016 - 08:30

Lançada desde 2011 no Brasil, com o nome comercial de Victoza, como opção terapêutica para o tratamento do diabetes tipo 2, a liraglutida, por ter como um dos mecanismo de ação a redução do apetite, já apresentava bons resultados no controle do excesso de peso. Em agosto do mesmo ano, o International Journal of Obesity já publicava um estudo multicêntrico que avaliava, de forma positiva, a segurança e a eficácia da liraglutida em pacientes obesos e sem diabetes.

Na segunda-feira, dia 29/02, a Anvisa publicou no Diário Oficial da União, o registro do medicamento Saxenda (liraglutida) para controle crônico de peso, em associação a uma dieta baixa em calorias e aumento de exercício físico.

A indicação de uso da formulação é para adultos com Índice de Massa Corporal (IMC) de:
- 30kg/m² ou maior (obeso) ou;
- 27kg/m² ou maior (sobrepeso) na presença de pelo menos uma comorbidade relacionada ao peso, como disglicemia (pré-diabetes e diabetes mellitus tipo 2), hipertensão arterial, dislipidemia ou apneia obstrutiva do sono.

A liraglutida é um análogo do GLP-1, ou seja, imita a ação deste hormônio. O GLP-1 é um hormônio produzido normalmente em nosso organismo pela porção final do intestino delgado e sua secreção é estimulada pela chegada do alimento nesta região. Após ser secretado, o GLP-1 promove o aumento da saciedade e consequentemente redução da ingestão de alimentos por dois mecanismos: uma ação sobre o centro da saciedade no cérebro e por causar um retardo no esvaziamento do estômago. Se houver uma hiperglicemia, como ocorre em pacientes diabéticos, também estimula o pâncreas a secretar insulina. É exatamente por esta ação “inteligente” de apenas aumentar a secreção de insulina se a glicemia estiver elevada que seu uso aprovado para ser aplicado em pacientes obesos sem diabetes.

Por não possuir uma ação direta na química cerebral, pois apenas imita a ação de um hormônio que já é secretado pelo nosso organismo, apresenta menos efeitos colaterais quando comparado com os medicamentos anti-obesidade clássicos que atuam diretamente sobre o cérebro. Tanto nos estudos como no acompanhamento de pacientes tratados, os efeitos colaterais mais observados foram náuseas, diarréia e dor de cabeça geralmente transitórias e que, na maioria dos casos, cessaram com o decorrer do tempo. Por esta razão, tem sido frequente a recomendação de se começar com uma dose menor na primeira semana para facilitar a adaptação.

A aplicação diária da liraglutida proporciona efeitos mais prolongados que o próprio GLP-1 o que melhora a sua ação estimuladora da saciedade mesmo antes do alimento chegar ao final do intestino. Seu perfil de ação permite que a liraglutida tenha uma perspectiva de uso, por exemplo, em pacientes com doenças cardiovasculares ou psiquiátricas que, dependendo da intensidade e nível de controle, podem estar contraindicados ao uso dos usuais moderadores de apetite disponíveis.

O medicamento é injetável e aplicação é feita pelo próprio paciente,uma vez ao dia, no subcutâneo. A medicação já vem em uma caneta aplicadora equipada com uma agulha muito fina o que torna a aplicação praticamente indolor.

A Agência esclarece que a segurança do produto continuará sendo monitorada com estudos pós-comercialização, que estão em andamento.

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