A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) vai entregar no dia 19 de abril ao governo do Estado a autorização para operação do trem turístico entre Campo Grande e Corumbá, anunciou o governador Zeca do PT, que desde 1999 luta pelo retorno do Trem do Pantanal. O transporte de passageiros pela antiga Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (NOB) acabou depois que a ferrovia foi entregue à iniciativa privada. Nem o transporte de cargas sobreviveu ao sucateamento da ferrovia, “criminosamente privatizada”, observou o governador Zeca.

Em ato que deve acontecer em Corumbá, a diretoria da ANTT anuncia a autorização para o transporte de passageiros, ao mesmo tempo que a Odebrecht inicia a recuperação de pontos críticos da malha ferroviária, através de oito frentes de serviço. A recuperação vai custar R$ 85 milhões.

A equação encontrada para restabelecer o transporte ferroviário, segundo o governador, demandou muitas negociações, dentro da concepção da importância estratégica do modal ferroviário para a infra-estrutura de transportes, e do trem de passageiros como instrumento de desenvolvimento do ecoturismo. A Odebrechet vai recuperar pontos num trecho de mil dos pouco mais de quatro mil quilômetros da extensão da bioceânica ferroviária (Santos-Antofagasta).

“Imaginem o turista poder embarcar em Campo Grande e conhecer o Pantanal de trem”, nota o governador, lembrando que o turismo contemplativo muda definitivamente o conceito de do turismo de pesca predatória e degradação do meio ambiente. Após a autorização da ANTT, caberá ao Estado conceder ou não o direito de exploração do trem turístico. A Brasil Ferrovias é uma das pretendentes. O governo do Estado defende cláusulas bem claras em relação aos compromissos com a operação e manutenção do Trem do Pantanal que, pela condição de transporte turístico, terá que oferecer serviços de qualidade.