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Aneel defende mais fiscalização de empresas que compram fios de cobre furtados

Agência Câmara - 24 de agosto de 2016 - 14:00

O superintendente de fiscalização dos serviços de eletricidade da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), José Moisés Machado, afirmou em debate na Câmara que o método mais eficaz para combater furtos de fios e cabos de cobre é fiscalizar as empresas que compram esses produtos roubados.

Ele participou de audiência pública da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle que discutiu os danos decorrentes do aumento dos casos de furtos desse tipo.

Segundo ele, nos últimos cinco anos, 290 Km de cabos de energia foram furtados, o que gerou um prejuízo de R$ 25 milhões para os cofres públicos. “Os criminosos têm preferência nos fios de menor tensão elétrica”, disse.

José Machado afirmou também que uma pesquisa recente aponta que 75% das ocorrências de interferência na transmissão de energia se devem a casos de vandalismo e que apenas 25% desses casos são de furto.

Aumentar punição
O autor do requerimento da audiência, deputado Edinho Bez (PMDB-SC), disse que irá trabalhar para aumentar a punição para esse tipo de crime. Ele disse ainda que pretende criar campanhas de conscientização para alertar sobre os riscos desse tipo de vandalismo.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite, em 2015 trinta pessoas morreram tentando furtar cabos de energia ou fazendo ‘gambiarras’.

Ele afirmou que os riscos são ainda maiores, já que essa prática pode acarretar na falta de energia em hospitais e nas sinalizações de trânsito. “Toda a sociedade acaba pagando”, constatou.

Ele destacou que o prejuízo para as empresas de energia vai além da reposição dos equipamentos roubados. Há também os custos de ressarcimento dos clientes pelo período de inatividade. Segundo ele, em 2015 a Abradee gastou R$ 660 milhões em ressarcimento.

As regiões com maior número de ocorrências são a Sudeste, Sul e o Centro-Oeste, sendo São Paulo o estado líder em número de furtos de fios de cobre. A quantidade de fios furtados na cidade cresceu 45% entre 2014 e 2015. Nesse período, houve um aumento de 764 km para 1.106 km de cabos furtados.

Roubo na telefonia
O gerente de controle de obrigações e qualidade da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Vinícius Caram, diz ser necessário que, além de aumento da pena desse tipo de crime, se tipifique a gravidade da ocorrência.

“Dependendo de onde o vândalo atua ele pode acabar tirando a energia de todo um estado por horas. Esse cidadão não pode ter a mesma punição de alguém que afete a energia de mil residências”, considerou.

Ele afirma que as redes de telefonia fixa sofrem mais roubos que as de telefonia móvel, por utilizar apenas cobre nos fios. A rede móvel acrescenta alumínio na elaboração dos cabos, o que diminui o valor de mercado do produto. Segundo ele, o quilo de cobre é vendido em média a R$ 13,00 o quilo, enquanto o quilo de alumínio é R$ 3,30.

O diretor executivo do Sindicato Nacional de Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil), Carlos Duprat, afirmou que essas ocorrências são um atraso para o desenvolvimento da telefonia brasileira. “Estamos impedindo o progresso da telefonia móvel de atingir áreas remotas, porque temos que repor o equipamento perdido”, afirmou.

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