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Geral

André Puccinelli vai decretar moratória de 120 dias

Graciliano Rocha / Campo Grande News - 09 de dezembro de 2006 - 07:28


O governador eleito André Puccinelli (PMDB) pode estabelecer uma moratória geral, de quatro meses, com todos os fornecedores de Mato Grosso do Sul a partir de sua posse, em 1º de janeiro. A opção vem sendo estudada pelos técnicos que vão compor sua equipe econômica e ganhou força nos últimos dias com a adesão do maior credor de curto prazo do atual governo: a Petrobras.

Puccinelli já esteve reunido com executivos da estatal e conseguiu um fôlego de quatro meses para começar a pagar os R$ 200 milhões que o Mato Grosso do Sul deve à empresa. A dívida se refere a despesas com a compra de material para pavimentação e conserto de estradas. Pelo acordo, o Estado só vai começar a pagar a dívida em maio, quando Puccinelli espera ter aumentado a arrecadação.

O acordo com a Petrobras acendeu o sinal verde para a proposta de deixar “na geladeira” por 120 dias o pagamento às dívidas com fornecedores que serão herdadas do atual governo, sobretudo, porque o tamanho da dívida de curto prazo é uma incerteza.

Hoje, o secretário Ronaldo Franco (Gestão) admitiu que devem ser deixados, além dos papagaios com a Petrobras, mais R$ 50 milhões como “restos a pagar” para o próximo governo – apenas com fornecedores. Com isso, o total a ser pago em janeiro atinge R$ 375 milhões – R$ 200 milhões da Petrobras (já negociados), R$ 90 milhões (folha de pagamento de dezembro) e R$ 35 milhões (parcela mensal da dívida com a União). Na equipe de transição circula a versão que a dívida de curto prazo seria bem maior: R$ 500 milhões.

Salário de dezembro - Enquanto as contas de quem está de saída do Parque dos Poderes não batem com as de quem chega, Zeca do PT está concentrado no salário de dezembro.

Fonte da Serc (Secretaria de Estado de Receita e Controle) revelou ao Campo Grande News que o governador recebeu uma parcial das finanças da reta final de seu mandato: após o pagamento do salário de novembro e do 13º, vai sobrar no caixa apenas R$ 25 milhões que podem ser gastos com pessoal. Para não deixar uma folha sem ser paga e sair de bem com os servidores, Zeca tenta tapar o buraco de R$ 65 milhões com socorro federal.

A operação que vem sendo negociada pelo atual governador com o Ministério da Fazenda é a liberação de dinheiro (entre R$ 60 e R$ 75 milhões) depositado em conta especial como uma espécie de caução para a dívida com a União. Zeca tenta fazer a União aceitar créditos futuros como garantia de pagamento da dívida para poder destravar o dinheiro depositado. O Espírito Santo se beneficiou com uma operação similar em 2003, quando o governador Paulo Hartung conseguiu a antecipação dos royalties do petróleo que o Estado tinha a receber.

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