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André dispensa ‘ponte’ de Zeca e anuncia secretários

Graciliano Rocha/Campo Grande News - 09 de novembro de 2006 - 17:03

Puccinelli disse que há espaço para unidade no PMDB para apoiar Lula e revelou nomes do secretariado
O governador eleito André Puccinelli (PMDB) disse hoje que não precisa “de intermediários” para estabelecer uma relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O recado é dirigido ao governador Zeca do PT, que ontem afirmou que procuraria Puccinelli – segundo ele – a pedido de Lula para marcar uma reunião ainda em novembro. Hoje, em entrevista exclusiva ao Campo Grande News, o peemedebista também confirmou os dois primeiros secretários de sua equipe de governo: Edson Giroto (Infra-Estrutura) e Maria Nilene Badeca (Educação).

“Não preciso de intermediários para falar com o presidente”, disse o governador eleito em uma conversa com o deputado federal Antônio Carlos Biffi (PT), presenciada pela reportagem, minutos depois dos dois desembarcarem no Aeroporto Internacional de Campo Grande.

Puccinelli disse que sua relação política com o Planalto será definida de acordo com o grau de atenção do governo federal com os pedidos dos Estados. O governador eleito defende uma pauta de reivindicações que inclui três pontos – renegociação das dívidas dos estados com a União, revisão dos termos da lei Kandir (que desonera as exportações e achata a tributação dos estados que vendem para o exterior) e mais investimentos federais. Os três pontos – que são sinônimos de mais dinheiro no caixa dos estados – serão defendidos por Puccinelli junto a outros governadores.

“O que é que 11 governadores que estão com a corda no pescoço querem? Renegociar a dívida dos estados, se ele não renegociar não tem dinheiro para investimento, na Lei Kandir precisamos de novos parâmetros porque os estados entram com as exportações e o governo federal não entra com nada”, disse.

Puccinelli também pretende assumir uma posição de liderança junto à bancada federal. Ele já combinou com os seis dos oito deputados federais que os levará se for convidado para audiências com o presidente. “Vamos juntos – Cruz (PP), o Dagoberto (PDT), Waldir Neves (PSDB), Trad (PMDB), o Geraldo (PPS) e o Moka – porque os dois do PT já são deles; não cargos, vamos pedir investimento e renegociação da dívida, se sair, ele [Lula] terá apoio”.

O governador eleito também afirmou que vê espaço para o seu partido alcançar a unidade para garantir a governabilidade a Lula. Puccinelli disse que isso depende da capacidade do governo em atender os pleitos da ala oposicionista do PMDB – da qual MS faz parte. Segundo ele, o interlocutor dessa negociação política é o presidente nacional do PMDB Michel Temer e não peemedebistas que já apóiam o presidente como o senador José Sarney (AP), o ex-governador Orestes Quércia (SP) e o deputado federal Jader Barbalho (PA).

“Eu encontrei o Temer na semana passada e disse a ele: ‘Nós de MS somos oposição, damos o exemplo, através de você que é liderança da oposição, vai lá e agende e diga que nós não admitimos que o PMDB do Sarney, do Quércia, do Jader Barbalho [como representantes do partido]. O nosso PMDB não negocia cargos. Eu não quero cupincha nem meu nem do Quércia”.

Girotto e Badeca confirmados – Na entrevista, Puccinelli também confirmou os nomes dos seus dois primeiros secretários. Edson Giroto ocupará a Secretaria Estadual de Infra-Estrutura e Maria Nilene Badeca será a titular da Educação. A decisão já era esperada. Fiéis aliados do governador eleito, os dois também ocuparam secretarias nas suas duas gestões à frente da prefeitura (1997/2004). Já depois de eleito, Puccinelli circulou em Brasília acompanhado dos dois. São os únicos definidos até agora.

Puccinelli também revelou o que seria a única decisão já tomada sobre o formato de seu governo: a subsecretaria de Articulação com os Municípios, hoje na estrutura da Casa Civil, passará a ser secretaria numa fusão com o Planejamento. A decisão é para atender uma promessa de campanha – intitulada “Projeto Soma”, que previa a criação de uma pasta dedicada a ajudar os municípios a captar recursos externos.

“Não sei o nome ainda, secretaria das Cidades e do Planejamento ou Secretaria Interinstitucional de Relação Municipal e do Planejamento, mas vamos fortalecer o planejamento do Estado, vamos ajudar todos os municípios do Estado a elaborar seus planos diretores”.

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