O mercado financeiro está cada dia mais pessimista quanto à queda, a curto prazo, da Taxa Básica de Juros (Selic), que está em 16% ao ano. Analistas de mercado, ouvidos em pesquisa do Banco Central, na última sexta-feira, acreditam que o Comitê de Política Monetária (Copom), manterá o mesmo índice na reunião mensal da próxima semana, em virtude da elevação de inflação interna e do contexto de volatividade no mercado internacional.

A pesquisa do BC consta do Boletim Focus, divulgado hoje, e que prevê inflação anual de 6,59%, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e projeção de 5,37% para o ano que vem.

Os números se distanciam, portanto, das metas oficiais de 5,5%, em 2004, e 4,5%, em 2005. No comércio atacadista as projeções são ainda mais altas, beirando os 10%. A expectativa de majoração dos preços administrados (combustíveis, energia, telefonia e outros) também aumentou de 7,60%, na semana passada, para os atuais 7,75%.

As expectativas de mercado continuam iguais para a taxa de câmbio de R$ 3,10 por dólar, no final do ano, para o crescimento de 3,50% do Produto Interno Bruto (PIB) e para a relação de 57% da Dívida Líquida do Setor Público com o PIB. Esse comprometimento deve cair para 55,40%, em 2005, conforme projeções dos analistas e instituições financeiras.

A nota positiva da pesquisa do BC diz respeito às expectativas de aumento do saldo da balança comercial para US$ 26,1 bilhões, o que reflete em elevação também do saldo de transações correntes com o exterior para US$ 2,80 bilhões, com perspectiva de redução, ainda, do déficit previsto para 2005, que era de US$ 2,10 bilhões, há um mês, e agora cai para US$ 1,65 bilhão.