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Analista de sistemas deixa emprego e treina para cruzar o Brasil de bicicleta

Campo Grande News - 13 de junho de 2015 - 10:00

Francis mostra a bicicleta com os alforges que utiliza para levar roupas, mantimentos e até a barraca (Foto: Fernando Antunes)
Francis mostra a bicicleta com os alforges que utiliza para levar roupas, mantimentos e até a barraca (Foto: Fernando Antunes)

É difícil conter a alegria ao lado do campo-grandense Francis Mattos, 32 anos. Completamente apaixonado pelo ciclismo, o analista de sistemas consegue transmitir na fala empolgada, com um sorriso que não deixa o rosto, todo o amor que ele cultivou durante mais de dez anos pela sua bike.

Francis é uma daquelas pessoas que tem o espírito livre por natureza, que foge das raízes do tempo e sonha em colocar o pé na estrada o mais rápido possível.

"Vi uma frases esses dias que define bem o que eu sinto. Eu tenho mais medo de passar a minha vida inteira fazendo a mesma coisa todos os dias do que cair na estrada", diz o campo-grandense.

O mapa que Francis desenhou na mente para percorrer ao lado da sua "magrela" de 13 kg, começa em várias cidades brasileiras, percorre países da América Latina até encontrar o mundo.

Do desejo até a realização, ele vem promovendo treinos pequenos, que juntos devem somar mais de mil quilômetros de percurso. "Já fui e voltei de Bonito com a bicicleta, acompanhado de um amigo, e também de Aquidauana, sendo que esse trecho eu fiz sozinho", destaca.

Nem mesmo o coração apertado da mãe Odette, que se preocupa a cada viagem e sofre por antecedência com a futura grande jornada do filho, faz Francis mudar de ideia. "Eu sei que ela fica preocupada, mas é o meu sonho, não posso desistir", diz.

A paixão do analista de sistemas começou de forma espontânea na faculdade. Na época, Francis morava no bairro Vilas Boas e estudava na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Um dia, cansado de esperar por horas pelo ônibus, ele resolveu comprar uma bicicleta e se aventurar pelo caminho. “Depois disso não parei mais”.

Como Francis tinha planos de conhecer o mundo aos 30 anos quando estivesse rico, e isso, infelizmente não aconteceu, “nessa idade eu só tinha algumas dívidas”, ele se inspirou em uma história real para traçar o curso de bicicleta economizando o máximo possível.

“Vi uma reportagem publicada no Campo Grande News, sobre um casal polonês que cruzava o mundo dessa forma. Foi essa matéria que me deu todo o gás de tentar. Eu liguei no jornal, peguei o contato deles, fui atrás, conversei sobre os desafios, como eles faziam, peguei dicas e fui estudando o máximo possível para fazer a primeira viagem”, explica.

O destino escolhido para inaugurar a caminhada foi Bonito. A viagem ao lado de um amigo durou dois dias e foi preciso dormir na estrada.

“Eu quis fazer com aventura, nós levamos barraca, saco de dormir, no caso a gente fez um planejamento e uma parada em Aquidauana. Dormimos em um posto de gasolina, pedimos uma autorização a eles e foi tudo tranquilo. Essa inclusive foi uma dica que eu peguei com os poloneses ”, indica.

Agora, o plano é fazer um roteiro tipicamente brasileiro. “Quero conhecer bastante o Brasil, acho que as pessoas tem preconceito contra o país, mas é um lugar maravilhoso. Quero ir fazendo toda a costa, o litoral, desde o sul até o nordeste, quero muito ir para o Amazonas”, acredita Francis.

A prova de que tudo não passa de um sonho, é que o analista já começou a encerrar a empresa da família que há anos está no mercado de alarmes.

“Era um negócio do meu pai que acabou ficando para a gente. Fiz isso a vida inteira, mas não é o meu sonho. Já comecei a avisar os clientes. Se a gente não toma essas decisões não sai do lugar. O medo é paralisante, você tem que superar isso e se aventurar”.

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