Geral
Amplavisão, por Manoel Afonso
A DÚVIDA Quem seria mais profissional: os candidatos ou os eleitores de pouca consciência política? Pela análise dos resultados das últimas 150 eleições no país, essa alienação aparente acoberta, camufla uma postura esperta.
ESTRANHO o cidadão é pobre ou analfabeto, mas sabe das regras do futebol, do regulamento do campeonato; acompanha e analisa os personagens das novelas. Mas depois, se posta como alienado da vida política. Conveniência?
HOJE o volume de informações é grande. A mídia está no escritório do executivo e no aparelho celular durante o almoço de operários da obra. Impossível não associar as notícias/personagens ao seu dia a dia e ao seu bairro.
É ASSIM... O brasileiro vota a favor do governo se sua vida melhorou. Questões como ética, corrupção, separação entre o público e o privado não entram nessa conta. É o que diz o sociólogo Alberto C.Almeida autor de A cabeça do eleitor.
A CORRUPÇÃO perde na avaliação do eleitor para saúde, segurança custo de vida, educação e risco de desemprego. Se o Governo for bom, os eventuais escândalos de corrupção são desconsiderados. É assim que as coisas são. Ou não?
A VOLTA dos mensaleiros a vida pública demonstra exatamente isso. Os eleitores tinham consciência da postura deles, mas a avaliaram como normal, insignificante comparando aos benefícios que tiveram pelas ações do Governo.
NO IMAGINÁRIO dessa massa eleitoral a corrupção é normal; está enfronhada no sistema. Mas, independentemente da sentença do Mensalão, esse eleitor continuará acreditando na existência de irregularidades e vantagens ilícitas.
O EPISÓDIO do senador Demóstenes reforça a tese: corrupção e política caminham paralelamente. A propósito, ouve-se por aí relatos notáveis na liberação das emendas parlamentares do Planalto. No fundo, no fundo, é assim que funciona.
REALIDADE O eleitor ignora se um atravessador lucrou com o projeto para beneficiá-lo de alguma forma, alterando o custo final da obra. Na sua ótica, o que vale é o benefício que atinge sua cidade ou bairro. Nada mais.
MESMICE O papo do Zé Dirceu de que esse governo não rouba e não deixa roubar é pífio. Quantos ministros caíram? Mas eles foram punidos? Esse episódio da Delta tocando as obras do PAC. Mas só o Cachoeira na cadeia?
BLINDAGEM Basta juntar os pontos que envolvem esse escândalo para se concluir que há muita sujeira debaixo do tapete. A presença de Marcio T. Bastos é coincidência ou parte do plano? Cachoeira abre o bico e sobrevive?
ESQUISITO O Planalto tem ojeriza da imprensa que denuncia e investiga. A Veja, a Folha , O Globo e o Estadão tem sido mais atuantes do que todos os parlamentares da oposição. Daí que o PT insiste em regulamentar a mídia.
LEDO ENGANO Fora a aparência física, Lula continua o mesmo rancoroso, dono da verdade, avesso a humildade e destilando ódio contra os adversários. Não aprendeu nada com o episódio do câncer. Lembra o Ari Artuzzi.
SURREALISTA O MPF preocupando-se com bobagens - o videoclipe do Kongo, (A. Pires e Neymar) Nada como viver num país sem problemas. Essa vontade de aparecer na mídia virou obsessão também na Justiça.
CONCLUSÃO Esqueceram a discrição na conduta funcional para ocupar espaços na mídia sob o pretexto de defender a sociedade. Acho: fizeram a leitura errada do teste vocacional; deveriam ser políticos ou jornalistas.
O QUADRO eleitoral é desfavorável aos opositores do Parque dos Poderes. Cada eleição é uma eleição, mas nem sempre é possível desassociá-las. No caso, o peso das prefeituras pode ser importante na sucessão estadual em 2014.
NO INTERIOR a oposição é favorita só em Corumbá. Em Dourados o quadro é indefinido; em Três Lagoas Guerreiro caiu na pesquisa do IPEMS. Nas demais, aliados do Governo se misturam nas composições das chapas locais.
LEMBRETE O peso dos prefeitos em 2014 dependerá do próprio desempenho deles. Os novos conseguirão agradar em menos de dois anos? Serão os vereadores cabos eleitorais com o mesmo prestígio aferido no pleito de 2012?
A LEITURA que faço da vereança interiorana é cética. Nem sempre o desempenho é proporcional à votação obtida. Em poucos meses pode cair a mascara; a decepção toma o lugar da expectativa otimista e o vereador perde a credibilidade.
CAPITAL Vander superará o desempenho de Teruel? Azambuja emplaca? Qual o seu time/discurso? Bernal tem grupo, estrutura e saúde física para aguentar a campanha? Bluma e Athayde ficarão com quem no eventual 2º turno?
DIFERENCIAL São 13 os edis apoiando oficialmente Giroto. Gente experiente, de voto e pertencente a segmentos diversos da comunidade. Aqui na capital isso tem um peso fundamental e tem ajudado a decidir as eleições.
DAGOBERTO Deve ocupar o lugar desejado por muitos. O cargo de vice da capital seria mais interessante do que de deputado estadual. Agrega muito e tem visibilidade excelente - sem ônus - para as eleições de 2014 como ele quer.
Um dia acordei invocado e liguei para o Bush. (Lula- 2008)
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