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Amorim garante que Brasil cumpre obrigações

Alana Gandra/Agência Brasil - 05 de abril de 2004 - 16:51

O Brasil está cumprindo rigorosamente com suas obrigações internacionais, tanto as que contraiu no acordo com a Argentina, quanto as assumidas depois, no acordo com a Agência Atômica de Viena.

A garantia foi dada pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em resposta ao jornal americano Washington Post. De acordo com o jornal, o país estaria impedindo inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica à usina de beneficiamento de urânio de Resende, no estado do Rio de Janeiro.

Amorim esclareceu que o modo de realizar essas inspeções é sempre negociado. "O país tem procurado encontrar a maneira que, ao mesmo tempo assegure que a nossa utilização de energia nuclear é totalmente para fins pacíficos e garanta a possibilidade de termos tecnologia própria nesse setor, que é tão importante economicamente, e não há razão para que o Brasil fique fora dele" afirmou.

Ele reafirmou que o Brasil nunca colocou obstáculos às inspeções, apenas negocia a forma como isso será feito. Ele ressaltou que o país tem de proteger a tecnologia que desenvolve. Amorim disse que evitaria aprofundar sua avaliação, porque os procedimentos para a inspeção ainda não foram discutidos pelo governo. O ministro lembrou que o acordo do Brasil com a Argentina já previa salvaguardas de energia atômica abrangente com a Agência Atômica.

Amorim discordou da maneira como a reportagem foi escrita e a atribuiu a interesses de alguns organismos norte-americanos, como organizações não-governamentais, a acusação feita ao Brasil. Sobre a insinuação feita pelo ex-negociador nuclear dos Estados Unidos, James E. Goodby, de que “é preciso aplicar as mesmas regras para adversários e amigos”, comparando o Brasil ao Irã e à Coréia do Norte, inimigos declarados dos norte-americanos, Amorim limitou-se a afirmar: “Deus nos livre”.

O ministro informou que nunca o governo brasileiro recebeu qualquer manifestação direta dos Estados Unidos, que leve a tratar a questão do enriquecimento de urânio como um impasse diplomático. Para ele, "há interesses de terceiros na reportagem do Post".

Amorim esclareceu que o interesse do Brasil não é construir dinamite por exemplo, mas deter tecnologia para fins de energia. “Ninguém tem dúvidas de que o nosso uso de energia nuclear é para fins pacíficos e mais do que isso, para produção de energia”, afirmou.

De acordo com Amorim, provavelmente ainda hoje o Ministério das Relações Exteriores divulga nota com a resposta brasileira à acusação do jornal norte-americano. O ministro fez as afirmações na Câmara de Comércio Americana do Rio.

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