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Amorim: contrarretaliação ao Brasil deixaria EUA à margem de negociações internacionais

Renata Giraldi, Agência Brasil - 10 de fevereiro de 2010 - 17:08

Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse hoje (10) que, se o governo dos Estados Unidos concretizar a ameaça de impor uma contrarretaliação ao Brasil, os norte-americanos incorrerão em um erro. O governo Barack Obama adotaria a medida em reação ao anúncio da Câmara de Comércio Exterior (Camex), que aprovou ontem (9) uma lista de produtos americanos que sofrerão retaliação comercial do Brasil.

“Se um país fizer isso [contrarretaliação], estará à margem das negociações internacionais”, afirmou o chanceler brasileiro. “Nosso objetivo não é criar problemas com os Estados Unidos ou qualquer outro país.”

Amorim disse que o Brasil segue orientação da Organização Mundial do Comércio (OMC), definida no ano passado. A OMC autorizou o Brasil a retaliar os Estados Unidos em até US$ 830 milhões. A decisão é motivada pelos subsídios concedidos pelo governo norte-americano aos produtores de algodão.

Porém, o chanceler afirmou que embora o governo brasileiro siga as normas da OMC, ainda há disposição para negociar com os Estados Unidos. “Não estamos fechados para as negociações. Temos de tentar conversar. Essa é a nossa disposição.”

Até 1º de março, a lista especificando os produtos norte-americanos que serão retaliados ficará pronta, segundo a secretária executiva da Camex, Lytha Spíndola. No total, o valor atingirá US$ 560 milhões. A retaliação ocorrerá por meio de reajustes na tarifa de importação de até 100 pontos percentuais. Dessa forma, um produto norte-americano que paga 12% para entrar no país passaria a pagar 112%.

Em consulta pública realizada no final do ano passado, a lista dos produtos que sofrerão retaliação incluía 222 itens, no valor total de US$ 2,7 bilhões. Porém, em reunião realizada ontem (9), decidiu-se reduzir o valor e o número de produtos reajustados. Ainda não há data para a medida entrar em vigor.

A Camex, que analisa o assunto, é o órgão de instância máxima de deliberação do governo federal no que se refere a comércio exterior. A câmara é integrada por representantes da Casa Civil e dos ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fazenda, Planejamento, Orçamento e Gestão, Relações Exteriores, Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Desenvolvimento Agrário.



Edição: Nádia Franco

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