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Amanhã é o Dia do Carteiro; saiba um pouco mais

Eber B S Arruda - 24 de janeiro de 2005 - 15:06

No dia 25 de janeiro é comemorado o Dia dos Carteiros. Presentes em todos os municípios do país, os carteiros são a linha de frente dos Correios, fazendo a entrega de correspondências e encomendas. Profissionais respeitados, já fazem parte do dia-dia da população. Maior empregador celetista do país, os Correios possuem hoje 52.061 carteiros. As mulheres somam uma parcela de 5.145 deste efetivo. Nos últimos anos, a categoria cresceu de forma expressiva. Em 2000, os Correios contavam com 37.914 profissionais. Em 2002 já eram 47.176.

Para comemorar a data O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará em Aparecida de Goiânia, nesta terça-feira, para participar da inauguração do novo prédio operacional dos Correios. Na ocasião, irá prestar homenagem aos carteiros pelo seu dia. A categoria estará representada por 600 carteiros da Região e os 24 carteiros-padrão do país, vindos de todos os Estados brasileiros.

O dia-a-dia do carteiro

A rotina desses profissionais começa logo cedo. Assim que chega, pela manhã, no Centro de Distribuição Domiciliária – CDD, o carteiro prepara as correspondências que irá distribuir em seu distrito, termo usado para indicar a região da cidade (ou zona rural, local em que estão instaladas a quase totalidade das 400 mil caixas postais comunitárias) para então fazer a sua percorrida diária. A seguir, ele vai para a rua com a correspondência organizada, por endereço, em sua sacola.

Diariamente os carteiros entregam 515 mil encomendas Sedex, 41 mil encomendas normais, 81 mil malotes, 52.500 telegramas, 22 milhões de cartas e 5 milhões e 500 mil impressos. Estes profissionais percorrem, juntos, 233 mil quilômetros por dia, o que equivale a dar mais de cinco voltas na circunferência da Terra.

Quando tudo começou

A data recorda um fato importante da história dos Correios ocorrida em 1663. Naquele 25 de janeiro, a Coroa Portuguesa criou o Correio-Mor no Brasil, nomeando o alferes João Cavalheiro Cardoso para exercer os serviços de correios na Colônia. A data é, portanto, uma homenagem ao primeiro carteiro, designado há 341 anos.

Outro carteiro a entrar para a história dos Correios e reforçar a importância da homenagem a este profissional foi o mensageiro postal Paulo Bregaro, portador das notícias que provocaram a decisão final do príncipe regente D. Pedro, às margens do Rio Ipiranga, no dia 7 de setembro. Bregaro virou personagem da história do País ao entregar, a tempo, as cartas da princesa Leopoldina, dos ministros e das cortes de Lisboa que ensejaram a ruptura dos laços políticos entre Portugal e Brasil.

Mais recentemente, outro carteiro a ganhar destaque foi Rogério da Conceição Silva, carteiro-padrão de o Estado do Rio de Janeiro, que participou do revezamento da passagem da Tocha Olímpica pela cidade em junho do ano passado.

Outras informações:

Espalhados em 681 Centros de Distribuição Domiciliária (CDDs) e responsáveis por quase 50% da totalidade de trabalhadores dos Correios, os carteiros estão presentes em todo o país. Os vínculos que esses profissionais estabelecem, cultivam e mantêm com a comunidade é algo único nas relações entre prestadores de serviço e clientes. Sejam nas regiões metropolitanas, sejam nas pequenas localidades, esse gigantesco contigente de profissionais exibe sempre um contagiante bom humor no cotidiano do trabalho.

A história dos Correios se confunde com a da humanidade e dos carteiros também. Essa profissão sempre esteve envolvida em ato de heroísmo. A mais remota referência de que se têm notícia está na história da Grécia antiga, quando no ano de 490 antes de Cristo, ocorreu na planície de Maratona, uma batalha entre os gregos comandados pelo general Milcíades e os persas sob o comando do rei Dario. Para anunciar a vitória ao povo de Atenas, foi um escolhido um soldado de nome Filípede, o qual venceu a pé uma distância de 42 quilômetros e 192 metros, apenas para dizer uma palavra – “ Vencemos”, caindo morto vítima de cansaço.

Foram muitos os heróis anônimos para o fortalecimento da organização postal. No Brasil graças a uma carta escrita e enviada através de caravelas e entregue por um mensageiro que perpetuou a imagem da visão da terra recentemente descoberta.

Anos após o descobrimento ainda era uma façanha trocar correspondências no Brasil. Entre os primeiros povoados e cidades, havia a floresta virgem infestada de animais hostis. Os locais mais afastados dos postos eram servidos apenas por escravos, viajantes e tropeiros. Somente há 342 anos em 25 de janeiro 1663 é que se encontra uma nomeação para o cargo de assistente de correio-mor para o Brasil, com a designação de Bartolomeu Fragoso Cabral, na Bahia e o alferes João Cavaleiro Cardoso, na capitania do Rio de Janeiro. Por extensão, a data passou a ser comemorada como o Dia do Carteiro, o que já denota o quanto o ofício se confunde com a própria instituição postal.

Quase duzentos anos depois, a história postal brasileira ganhou um personagem de destaque: Paulo Bergaro, responsável por levar a correspondência do conselheiro José Bonifácio de Andrada e Silva ao então príncipe D. Pedro I, que informado sobre as manobras de Portugal, declarou a Independência brasileira, às margens do rio Ipiranga, por seu feito, Bergaro é lembrado como patrono dos Correios. Em 1835 , o Correio da corte passou a fazer entregas de cartas em domicílio, para casas comerciais e clientes particulares mediante taxa anual.

Hoje, em plena era digital, em que a informação circula veloz ao toque de algumas teclas, os carteiros são cada vez mais necessários. E no mundo dos negócios poucos dispõem de um patrimônio que veste com tanta garra o uniforme da corporação. E tanto homens e mulheres que percorrem um trajeto que, somados, resultam em 233 mil quilômetros diários. É mais do que cinco vezes a circunferência do planeta Terra.

Nessa incansável caminhada coletiva, ajudam as pessoas a trocar notícias, resolver problemas, fechar negócios , encurtar distâncias e matar saudades.

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