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Alimentos X Câncer: cuidado com o que você escuta!

Portal Segs - 31 de agosto de 2015 - 10:30

Quando a gente ouve falar que um alimento pode ajudar ou prejudicar o tratamento de quem tem câncer é bom tomar cuidado. Nem tudo o que a gente ouve é verdade

Isso pode. Aquilo não. Açúcar faz mal? Carne vermelha aumenta a chance de ter câncer? Perguntas que muitas vezes a gente faz ou escuta. E não fica só nisso. Não é difícil ouvir ou ler por aí que alguns alimentos podem até matar as células cancerígenas.

O Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC), um dos hospitais referência no tratamento da doença no estado de São Paulo e que atende pelo menos 1000 pessoas por dia, sabe que dúvidas como as citadas acima são comuns.

Por isso, o papel do nutricionista dentro de uma instituição como o IBCC é fundamental. No IBCC a chefe do departamento de Nutrição, Thais Cardenas, tem uma equipe de quatro profissionais. São eles que ajudam os médicos a esclarecer tudo isso e mostrar o caminho a seguir quando o assunto é a alimentação e o câncer.

E o Dia do Nutricionista é na próxima segunda-feira, 31 de agosto. Para lembrar a data, a equipe de Nutrição do IBCC tira as dúvidas que citamos no início deste texto:

- O paciente com câncer deve parar de consumir açúcar?
Mito. O açúcar não deve ser totalmente excluído da alimentação, mesmo porque o que normalmente chamamos de açúcares são todos os carboidratos e não somente aquele açúcar que adoçamos sucos e cafezinho. O carboidrato, principal fonte de energia em nossa alimentação, é encontrado em diversos alimentos, como arroz branco, macarrão, pão branco, bolos, sobremesas e bebidas gaseificadas adoçadas, entre outros. A nutricionista do IBCC, Thais Cardenas, explica que essa crença está baseada no metabolismo das células tumorais.
Elas destroem reservas musculares e gordurosas na tentativa de produzir mais ‘açúcar’ e se ‘alimentar’. Bem, se é assim, ficou fácil associar: a solução seria evitar o consumo do açúcar e o tumor pararia de crescer, certo?

Errado! Ainda não temos certeza do papel dessa restrição alimentar. O importante é controlar o consumo de carboidratos, avaliando qualidade e quantidade. Dependendo da restrição, o paciente com câncer ainda pode perder peso e dificultar a resposta positiva ao tratamento. Por isso sempre é importante ser acompanhado de perto por uma equipe multiprofissional, pois o que menos se quer é que o paciente emagreça!

- A graviola mata as células cancerígenas?
Mito. Existem alguns estudos que sugerem que a graviola possui substâncias fitoquímicas que destroem as células cancerígenas, porém, os estudos existentes não são em humanos e as afirmações são inconclusivas quando nos referimos às quantidades necessárias para que as respostas obtidas em estudos experimentais levem a resultados positivos.

Outro ponto importante: esses estudos disponíveis não foram feitos com a fruta in natura e nem com o chá da folha, como é divulgado constantemente. As suposições são baseadas na substância chamada acetogenina, o “princípio ativo” mais estudado da graviola.

Por isso, devemos ter cautela ao afirmar que determinados alimentos possuem isoladamente o poder ‘curativo’ do câncer, pois ainda não somos capazes de recomendar quais as quantidades da fruta in natura e, muito menos, as melhores formas de prepará-la, para que os potenciais benefícios sejam mantidos.

- E a carne velha? O paciente com câncer pode consumir? Se sim, como o paciente com câncer pode consumir a carne vermelha?

Depende. Aqui entra a questão da quantidade e da maneira que se prepara a carne.
Essa dúvida é frequente durante o tratamento do câncer. Estudos mostram que não é necessário tirar totalmente a carne vermelha da dieta, e sim consumi-la sem exageros. O consumo médio recomendado, por semana, é de até 300 gramas de carne cozida, o que equivale a 400 gramas dela crua (em medidas caseiras seriam, aproximadamente, três bifes de tamanho médio ou 10 colheres de sopa de carne moída).

É importante lembrar que a escolha por carnes magras (patinho, maminha, músculo, lagarto, coxão duro e coxão mole) e o método do cozimento (assar, grelhar ou fritar) também são determinantes para o aproveitamento dos benefícios, já que todos os alimentos de origem animal são ricos em gordura saturada - aquela gordura que eleva os níveis de LDL - o colesterol ruim - no sangue.

Mas por que devemos prestar atenção no método de preparo? A fritura e defumação podem elevar a quantidade de gordura na sua preparação e também, quando a carne fica muito torrada ou com aqueles pretinhos do churrasco, existe a chance de desencadear a formação da acroleína, uma substância que, se consumida em excesso, pode ter ação cancerígena.

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