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Alimentos antioxidantes e vitaminas podem acelerar metástases de tumores

180 Graus - 22 de abril de 2016 - 13:00

A busca incessante por uma juventude eterna, ou simplesmente, por uma velhice mais produtiva e saudável, leva milhares de pessoas a consumir alimentos e suplementos alimentares com propriedades antioxidantes, moléculas associadas com a melhora da saúde das células e retardo do envelhecimento. Propagandas de suplementos vitamínicos antioxidantes estão em todas as mídias diariamente, aumentando ainda mais este exército de pessoas que utilizam estes produtos.

Os antioxidantes, que podem ser encontrados na alimentação (vitaminas A, C e E) mas também sob forma de suplementos alimentares, permitindo neutralizar os radicais livres das moléculas (ou stress oxidativo) responsáveis pelo envelhecimento dos tecidos.

Porém, segundo um estudo publicado pela revista britânica “Nature”, os antioxidantes,
podem ter um efeito negativo sobre o melanoma, o tipo mais mortal de câncer de pele, por facilitar a propagação das metástases, células cancerosas permitem a um câncer inicial propagar-se para outras partes do corpo.

Uma equipe de pesquisadores do Instituto de Pesquisa sobre as Crianças, com sede em Dallas, nos Estados Unidos, transplantou células humanas de melanoma sobre camundongos transgênicos e descobriu que o câncer se desenvolvia mais rápido entre aquelas que receberam injeções de antioxidantes do que entre aquelas que não haviam recebido, sugerindo assim que os antioxidantes favorecem a progressão da doença, ao menos no caso no melanoma, por estimular estas metástases.

Esta não é a primeira vez que uma relação entre antioxidantes e desenvolvimento do câncer é colocada em evidência pela equipe. Em 2014, pesquisadores suecos mostraram que o consumo de suplementos alimentares antioxidantes, mais especificamente a vitamina E, acelerava o desenvolvimento de lesões pré-cancerosas ou cânceres precoces do pulmão nos camundongos e nas células humanas em laboratório. Estudos mais antigos constatavam um efeito similar de antioxidantes sobre os cânceres de mama e de próstata.

Os pesquisadores pensaram durante muito tempo que as substâncias antioxidantes poderiam ajudar na prevenção do câncer, mas diversos testes clínicos tiveram que ser interrompidos porque os pacientes que recebiam antioxidantes morriam mais rapidamente do que os outros. Ao que se observa, as células cancerosas beneficiam-se mais dos antioxidantes do que as células normais.

Até o momento, contudo, o risco de propagação das metástases não foi comprovado nos seres humanos, apenas nos camundongos que receberam injeções diárias de um precursor da glutationa (protetor celular do stress oxidativo).

Segundo os pesquisadores, este stress oxidativo, considerado nefasto em pessoas saudáveis, poderia - ao contrário - ser bastante benéfico numa pessoa afetada pelo melanoma. Explicam ainda que os resultados poderiam abrir o caminho para tratamentos de pró-oxidantes que permitam evitar a propagação de metástases.

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