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Aleitamento na Região Norte é o maior do país

Bruno Bocchini , ABr - 25 de janeiro de 2009 - 09:18

São Paulo - Pesquisa que mapeou a situação do aleitamento materno no Brasil, verificando os fatores que favorecem e desfavorecem a amamentação de crianças menores de um ano de idade, identificou que mães da Região Norte do país aleitam por mais tempo seus filhos.

Maior renda, mães de cor negra ou parda, residência em área rural e presença de duas os mais crianças menores de 5 anos no domicílio foram os fatores detectados pelo estudo que colaboram para um tempo maior de amamentação. Mães com idade superior a 30 anos, a presença de quatro ou mais moradores no domicílio e a utilização de creche foram fatores negativos ao aleitamento percebidos pela pesquisa.

“As ações do governo influenciam. Isso pode explicar porque o aleitamento é maior ou menor em uma região. Na Região Norte existe muita gente vivendo em área rural, isso é um fator positivo. Na Região Sudeste, é todo mundo na área urbana. A freqüência em creche e o número maior de moradores foram fatores primordiais para um pior desenvolvimento no Sudeste”, explica a autora do estudo, a pesquisadora da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), Daniela Wenzel.

Segundo a pesquisadora, o fato de a mãe com maior renda proporcionar maior tempo de aleitamento pode ser explicado pelo maior acesso a meios de comunicação e informação. Já as mães negras amamentariam mais devido a questões culturais. “Antigamente, as mulheres negras eram usadas como amas de leite. E essa cultura [de pessoas de cor negra amamentarem mais] vem até os dias de hoje”.

A cultura ainda é apontada como hipótese para explicar o maior aleitamento na zona rural. “Existe a permanência de padrões culturais. Antigamente, na área rural, as mães tinham mais tempo. E então se amamentava mais. E achamos que isso continua até os dias de hoje”, diz.

A experiência em aleitamento obtida pelas mães pode ainda explicar o maior sucesso na amamentação em domicílios com duas ou mais crianças menores de 5 anos. "Nesses casos, a mãe já entende a necessidade de amamentar o filho pela experiência anterior".

Já um maior número de moradores em uma mesma residência interfere negativamente no aleitamento. "Uma hipótese é que ter quatro ou mais moradores no lar pode gerar excesso de trabalho doméstico, deixando a mãe sobrecarregada e diminuindo a atenção à criança".

Duas outras variáveis também interferem negativamente na amamentação: o uso de creches e mães com idade superior a 30 anos. Segundo a pesquisadora, as creches interfeririam negativamente porque as mães têm menos contato com a criança. Já as mães com idade superior a 30 anos normalmente estão mais comprometidas com o trabalho fora de casa. “O trabalho prejudica o tempo destinado ao cuidado da criança e a disponibilidade que a prática do aleitamento precisa”, diz Daniel Wenzel.



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