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Álcool gera dependência em pelo menos 11% da população

Clara Mousinho e José Carlos Mattedi/ABr - 18 de fevereiro de 2007 - 17:30

Brasília - Durante o carnaval, a população brasileira aumenta o consumo de bebidas alcoólicas, especialmente cerveja, como mostra dados do setor e as apostas de vendas da indústria. Esse período também pode gerar o início de um processo de dependência do álcool - processo que, segundo dados da Coordenação de Saúde Mental do Ministério da Saúde, atinge 11% da população brasileira com mais de 12 anos de idade. Nos últimos dez anos, o consumo aumentou entre adolescentes e mulheres, especialmente de cerveja.

O Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) realizou, em 2004, uma pesquisa sobre o consumo de drogas entre 48 mil estudantes das escolas públicas de todas capitais do país. O estudo constatou que 65,2% dos alunos já beberam, 15,5% já fizeram uso de solventes, 5,9% fumaram maconha, 2% usaram cocaína e 0,7% crack.

A pesquisa revelou que o consumo do álcool é precoce, pois 41,2% dos estudantes entre 10 e 12 anos já consumiram bebidas alcoólicas. Segundo o presidente do Cebrid, Elisaldo Carlini, 90% das internações são feitas por causa do uso excessivo do álcool e o problema deve ser prevenido com mais intensidade.

O coordenador de Saúde Mental do Ministério da Saúde, Pedro Gabriel Delgado, disse em entrevista na última terça-feira (13) que o tratamento de álcool e drogas do Brasil precisa ser ampliado, para que o atendimento de usuários seja feito também em ambulatórios.

"É preciso ampliar, no caso dos dependentes químicos, há capacidade de atendimento para internações breves em hospitais gerais. Para internações, por exemplo, no caso de intoxicações alcoólicas agudas ou de transtornos ligados ao consumo de drogas que produzem quadros mais graves", explicou Delgado. Segundo ele, 140 Centros de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas (CAPS AD) atendem pacientes com transtornos causados pelo uso de bebidas alcoólicas e outras substâncias tóxicas.

Os centros funcionam em municípios com mais de 70 mil habitantes e articulam políticas públicas e ações sociais para discutir e prevenir do abuso de substâncias. O tratamento nas cidades menores é feito pelos postos de saúde. Mas a atenção é dada de forma superficial, pois não existe nenhuma terapia específica para jovens.


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