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Alcides Silva: Língua Portuguesa, inculta e bela!

Alcides Silva - 29 de maio de 2009 - 07:45

Língua Portuguesa, inculta e bela
Alcides Silva
Ao encontro ou de encontro?
Tenho ouvido e lido com certa freqüência que a realização de determinada obra ou serviço “veio de encontro à antiga reivindicação do povo”. Se essa obra veio de encontro, está contra a reivindicação popular. “A decisão do governo veio de encontro aos interesses da comunidade” [foi contrária, em oposição àqueles interesses]. “Desgovernado, o carro foi de encontro ao poste” [houve um choque, uma colisão, uma batida].
Se aquela benfeitoria foi ao encontro de, significa estar a favor do anseio da população-alvo: a construção da praça veio ao encontro do desejo do povo” [em benefício, em abono, em condição favorável, em atenção].
“embriagado o homem foi ao encontro do poste” [ ‘abraçou’ o poste, segurou-se no poste].
“Ao encontro de” pode significar também em busca de, a procura de:
“Suas preces foram ao encontro de Deus”.
Ir ao encontro de alguém é procurá-lo, aproximar-se de. Ir de encontro a alguém, é chocar-se, bater, esbarrar, trombar.
Todo ou todo o?
Todo é pronome indefinido, isto é, determina o substantivo de modo vago, indeterminado, impreciso e seu sentido varia conforme esteja colocado na frase.
Sem o artigo, tem a significação de um, cada, qualquer:
“Trabalho todo dia (=qualquer dia, cada dia).
Com o artigo significa inteiro ou determinado:
“Toda população tem interesse num bom governo” (= qualquer população).
“Toda a população deve ser consultada” (= determinada população).
“Toda casa um dia precisa ser reformada” (= qualquer casa).
“Toda a casa precisa ser reformada” (= a casa inteira).
Se alguém chega num lugar e, à moda do ex-prefeito Itamar Borges, de Santa Fé, beija todas as pessoas que ali se encontram, pratica um ato simpático, de civilidade, de afeição. Ao contrário, se beijar “toda pessoa” poderá ser preso por libidinagem...
Se a palavra todo aparecer depois de um substantivo e significar “inteiro”, é um adjetivo: “Andei o dia todo” ( =o dia inteiro).
Quando colocado antes de um substantivo e para trazer a significação de “inteiro, deve vir seguido de um artigo: “Toda a manhã estive trabalhando” (=a manhã inteira).
Quando modificar adjetivo ou verbo, funciona como advérbio: “Os cantores foram todos aplaudidos” - “Molhou-se toda na chuva”.
A forma neutra de todo é tudo e funciona como pronome substantivo ou como pronome adjetivo: “Comeu de tudo” (pronome substantivo); “Tudo aquilo era verdade” (pronome adjetivo).
Quando seguido de “que” reclama o artigo definido “o” e exerce a função de pronome demonstrativo: “Tudo o que foi falado era verdade”.
Na Constituição Federal, exprimindo princípio fundamental do Estado Democrático de Direito, ficou declarado que: “Todo o poder emana do povo!”, significando que o poder em sua plenitude, na totalidade das partes, nasce do povo.
Não há Poder sem o povo, até porque sem ele não haveria Nação e nem existiria o Estado.
O homem não é só sujeito mas também objeto do poder. Dele nasce e para ele é dirigido. Assim poder-se-ia dizer, sem medo de errar, que todo poder nasce do povo, isto é, qualquer poder tem sua origem primeira no homem.

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