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Alcides Silva: Língua portuguesa, inculta e bela!

Alcides Silva - 28 de abril de 2011 - 08:00

Pascoela

O domingo seguinte ao da Páscoa chamam-no de Pascoela ou Oitava da Páscoa, porque simboliza um prolongamento das festividades pascais.
A palavra é formada pelo substantivo ‘páscoa’ mais o sufixo nominal ‘ela’, com o sentido de diminuição (pequena páscoa), como ocorre com ‘viela’ (beco), ‘ruela’ (pequena rua estreita), ‘rodela’ (pedaço circular de fruta ou alimento), ‘magricela’ (pessoa pouco robusta) e outras mais.
No antigamente, esse primeiro domingo do tempo pascal era também denominado de “Quasímodo”, palavras iniciais do ‘Intróito’ da missa desse dia: “Quasi modo geniti infantes: alleluia... (“Como recém-nascidos, aleluia, desejai sinceramente o leite [espiritual], aleluia, aleluia, aleluia”).
Na linguagem popular quasímodo é o indivíduo monstruoso, mostrengo, muito feio, disforme. Isso porque, esse o nome que o notável escritor francês Victor Hugo deu ao seu horrendo corcunda, porém famoso personagem de um dos mais célebres romances universais, o “Notre-Dame de Paris”, escrito em 1831.
Vale recordar: o enredo leva a história à Idade Média, a 1482, em Paris, na catedral de Notre Dame. As personagens da narrativa provêm de todas as camadas sociais existentes naquela época: membros do clero e fidalgos cruzavam-se com ciganos e mendigos nas ruas. Havia então muitos pobres e sem-abrigo. Alguns destes proscritos eram pedintes, ciganos, pessoas com deficiências, doentes e ladrões.
O personagem principal é o sineiro da catedral, Quasimodo, um homem deformado por uma enorme corcunda. Só possui um olho e é surdo devido ao barulho dos sinos. Seu único amigo é dom Claude Frollo, arquediácono da catedral, que o adotou quando criança. É um homem que por detrás do falso moralismo, possui uma personalidade vil e déspota.
Surge na história a jovem e estonteante cigana Esmeralda, que é de beleza quase celestial. Vendo-a dançar na praça da Catedral, Quasimodo e dom Claude se apaixonam por ela. São formas de amar diferentes: Quasimodo ama-a desinteressadamente, enquanto Frollo nutre por ela uma apetitosa paixão, repleta de desejo sexual.
Febo é um jovem soldado por quem Esmeralda é apaixonada. O clérigo Follo, sabendo disso e remoído de ciúmes e inveja, esfaqueia o soldado rival e acusa a jovem cigana pelo crime. Esmeralda é então presa e condenada. No momento de sua execução pública no átrio da catedral, a mando de Frollo é arrebatada por Quasimodo e levada para dentro da igreja, onde a lei de abrigo a torna protegida.
No entanto, os vagabundos, com quem Esmeralda vive, vêm libertá-la. Frollo aproveita-se do tumulto formado para levá-la com ele e tenta seduzi-la. Furioso com sua recusa, a entrega às garras da velha do \\\"buraco dos ratos\\\", uma eremita enterrada por sua vontade nessa fenda do chão e considerada louca. Mas, ao invés de despedaçar Esmeralda, a velha reconhece na cigana sua própria filha e a poupa.
A moça, porém, não consegue desfrutar de uma paz muito longa; logo em seguida, os guardas da cidade encontram-na e ela é capturada e finalmente enforcada.
Quando Quasimodo vê Frollo rindo da sorte da pobre moça, atira-o do alto da torre da catedral e se suicida.
Anos mais tarde os esqueletos da cigana Esmeralda e do corcunda são encontrados abraçados.

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