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Geral

Alcides Silva: Língua portuguesa, inculta e bela!

Alcides Silva - 27 de março de 2009 - 10:32

Isso eram sonhos de criança
ou
Isso era sonhos de criança?
A concordância verbal é um dos pontos que causa mais dúvidas no falar e escrever diários.
Há uma regra básica: o verbo concorda com o sujeito em pessoa e número, esteja ele expresso ou oculto:
“ Não te amo como uma criança, nem
Como um homem e nem como um mendigo
Amo-te como se ama todo o bem
Que o grande mal da vida traz consigo” (Vinícius de Moraes: “Soneto de Inspiração”).
No exemplo que abre a coluna, o sujeito do verbo ser é o pronome isso que está no singular. Pela regra básica, o verbo deveria ficar no singular e a frase correta seria a segunda. Ocorre que o verbo ser tem um tratamento especial:
se o sujeito for um dos pronomes isto, isso, aquilo, tudo ou o (significando aquilo) o verbo ser concorda com o predicativo:
O que eu mais queria eram os doces - Isso eram sonhos de criança – Tudo são flores;
se o sujeito estiver no singular e o predicativo no plural (ou vice-versa), a concordância se faz no plural, preferencialmente:
O problema eram os vencimentos atrasados – O resultado da pesquisa foram números negativos – Aquelas providências foram a salvação da pátria
se o sujeito ou o predicativo for nome de pessoa (ou pronome pessoal), o verbo concorda com o nome (ou com a palavra que o substituir):
Neymar é a esperança do time do Santos – As esperanças do time era Neymar – O escolhido fui eu – Os responsáveis somos nós;
se houver dois pronomes pessoais, o verbo concorda com o primeiro:
Eu não sou vocês – Você não é eu - Nós não somos iguais a ele;
quando não tiver sujeito (referindo-se a tempo ou espaço) deve concordar com a palavra seguinte:
É meio dia e meia – É outono - São vinte horas - Eram dez horas quando ela chegou - São quinze dias de viagem.
Quando se tratar de dia do mês (Hoje é 28 de março – Amanhã será 29 de março), observe que o substantivo dia está oculto no enunciado, mas presente na idéia e seria a palavra seguinte ao verbo se estivesse expresso: Hoje é o dia 28 de março - Amanhã será o dia 25 de março;
nas frases interrogativas, o verbo concorda com o predicativo:
Quem é o candidato? Quem são os convidados? Quem foi o responsável? – Quem foram os responsáveis;
se o sujeito for o pronome relativo que ou o pronome demonstrativo o , o verbo fica no singular:
Esse casa que é só ruínas, foi minha – Obras, muitas obras é o que o povo quer;
e, finalmente, antes de muito, pouco, bastante, demais (indicando quantidade, medida, preço, etc.), o verbo fica no singular:
Mil reais é muito caro – Dez jogos será pouco para o time se reerguer – Três pastéis é demais para ele - Vinte quilos é bastante.

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