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Geral

Alcides Silva: Língua portuguesa, inculta e bela!

Alcides Silva - 26 de agosto de 2010 - 17:39

Nunca na história desse país...
Em outubro do ano passado, o humorista Marcelo Tas lançou um livro com as frases ‘eloquentes’ de Lula. O título é sugestivo: “Nunca na história desse país”, epíteto de todos os discursos autopromocionais do presidente da República.
Seja pela repetição exaustiva do chiste, seja pela sua divulgação macaqueadora na mídia, está se tornando comum o emprego irregular dos pronomes demonstrativos este, esse, aquele, esta, essa, aquela, isto, isso, aquilo e suas combinações com as preposições de e em. A grande imprensa volta-e-meia comete o engano, mandando-nos ler “esse anúncio” que vem estampado logo abaixo, ou dizendo-nos que a decisão será tomada “nessa semana”, mensagem equivocada pois nos transmitem a idéia de passado àquilo que está por acontecer.
Vamos aprender juntos:
Este, esta e isto são originários do latim hic, haec, hoc. Na Consagração do Pão durante a Missa, o celebrante pronuncia “Isto é o meu corpo”, traduzido do latim “hoc est enim corpus meum” e na Consagração do Vinho, “Este é o cálice do meu sangue, do Eterno e Novo Testamento”, (hic est enim calix sanguinis mei, novi et aeterne testaminti).
Tais demonstrativos designam:
a- o que está com ou perto da pessoa que fala:
Esta é a sua vida – Este é o cálice do meu sangue;
Desta água não beberei – Deste pão eu comerei;
Isto é seu – Isto é meu corpo.
b- o tempo presente com relação à pessoa que fala:
Nesta manhã deverá chover;
Nisto você tem razão.
Esse, essa e isso (do latim ipse – a, - um , com o significado de “próprio”, passou de demonstrativo de identidade a demonstrativo da segunda pessoa). Indicam:
a) o que está perto ou com a pessoa com quem se fala:
Essa camisa lhe fica bem;
Desse mal não morrerei;
Nessa casa vivi alguns anos;
“Isso não se faz, Arnesto..”.
b)- o tempo passado ou futuro com relação à época em que se coloca a pessoa que fala:
Desses anos guardo boas recordações;
Nesse tempo haverá empregos;
Era noite, nisso ele chegou esbaforido.
Aquele, aquela e aquilo (do latim eccum + ille = aquele; e eccum + illud = aquilo). Esses pronomes demonstrativos mostram:
a)- o que está afastado da pessoa que fala como da pessoa com quem se fala:
Naquele ano a seca matou muito gado;
“Naquela mesa está faltando ele...”.
Aquilo é coisa do demo...
b- um afastamento no tempo de modo vago, que não se pode precisar, ou uma época remota:
Naquele tempo disse Jesus aos seus discípulos...
Aquele, aquela e aquilo contraem-se com preposição a formando àquele, àquela, àquilo:
Àquele jovem foram dadas todos as oportunidades

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