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Geral

Alcides Silva: Língua portuguesa, inculta e bela

Alcides Silva - 16 de julho de 2010 - 10:38

Hífen

Algumas das mudanças nas regras do hífen têm sido uma pulga na orelha dos operadores da língua portuguesa. Há um emaranhado de regras ou procedimentos, sem orientação científica, tido a valorizar a decoreba.

Apoiado em pesquisa de João Cruzué, vejamos os casos mais comuns:

1-Prefixos terminados em vogal diante de palavras iniciadas por “r” ou “s” perderam o antigo hífen e aquelas consoantes passam a ser dobradas: anti-rábico, antirruídos, antissemita, antisséptico, antissocial; autorregeneração, autorretrato, autorrespeito, autossuficiente, autossugestão; contrarruptura, contrassenha, contrassenso.

2- Prefixos terminados com a mesma vogal da palavra seguinte agora têm hífen: antiimperialista, anti-ínflamatório, anti-intelectualista, micro-ônibus; micro-ondas.

Exceção é o prefixo “co” que sempre se aglutina com a palavra seguinte, mesmo que comece com a mesma vogal: coobrigação, coordenar, cooptar, cooperação;

3- Não têm hífen as palavras cujo prefixo terminar em vogal diferente: semiaberto, semiárido, semiautomático, autoafirmação, autoajuda, autoescola, autoestrada, coautor, contraordem, extraoficial, infraestrutura, intrauterino; neoexpressionista, neoimperialista.

4- Prefixos terminados com a mesma letra “r” que inicia a segunda palavra continuam sendo grafados com hífen: hiper-resistente, inter-relacionado, super-resistente.

5- Os prefixos “ex”, “sem”, “além”, “recém”, “aquém”, “pró”, “pós”, e “pré” têm hífen: sem-terra, ex-presidente, recém-chegado, pré-aquecido, pré-nupcial, pós-graduado, além-mar.

6- Prefixos em que a segunda palavra se inicia com “h”, continuam com hífen: super-homem, sobre-humano, co-herdeiro, anti-higiênico, mini-hotel.

Exceção: subumano que perde o h e o hífen resultando nova grafia: subumano

7- Não se usa hífen quando o prefixo termina com vogal diante de palavra que comece por consoante, menos diante das consoantes \"r\" e \"s\": antiprojeto, antitetânico, contraproducente, contraparente, autopeça, geopolítica, microcomputador, semicírculo, semideus, ultramoderno.

Exceção Usa-se sempre o hífen depois o prefixo \"vice\": vice-presidente, vice-rei, vice-diretor, vice-almirante, etc.

8- Quando o prefixo terminar em consoante igual à da segunda palavra, grafa-se com hífen: inter-racial, inter-regional super-requintado, hiper-radical, super-resistente, hiper-romântico.

Para os demais casos (consoante diferente) não há hífen: hipermercado, supermercado, intermunicipal, superprotetora.
9- Com o prefixo sub, usa-se o hífen diante de palavra que comece com a letra \"r”: Sub-região, sub-raça, sub-repticiamente,

10 - Usa-se hífen: com os prefixos “pan” e “circun” diante de palavra iniciada por m, n e vogal circun-navegação, pan-americano, pan-meridional, etc.

11 - Não se usa o hífen quando o prefixo termina em consoante seguida de vogal na segunda palavra: interestadual, hiperacidez, hiperativo, superaquecimento, supereconômico, superexigente, superamigo, e

12 -Usa-se hífen em palavras de origem tupi-guarani compostas com os sufixos açu e mirim: Moji-guaçu, capim-açu, anajá mirim (o nome das cidades Mogi-guaçu, Mogi-mirim, por respeito à tradição, continuam sendo grafadas com g, como ocorre com Bahia, Jahu e outras.

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