O etc.
O etc é uma abreviação do latim et cetera (ou et cetera e et cetera) que significa "e outros", "e os restantes" e "e outras coisas mais". O Aurélio Século XXI explica que era usado no latim medieval como fórmula em certos atos jurídicos, e modernamente para evitar uma longa enumeração.
Para indicar que não se trata de uma palavra, mas sim de uma abreviação: essas três letras não são lidas como escritas, como tais (/etecê/ ou /étic/), mas como uma representação condensada de "etcétera", da mesma forma que "cia." e "dr." são lidos como "companhia" e "doutor". Também não se deve colocar reticências após o etc., uma vez que ambos são recursos utilizados para o mesmo fim: sinalizar ao leitor que a enumeração que está sendo apresentada não é exaustiva, apenas exemplificativa
Já antes do etc ensina o “Wikcionário”, a tendência é pontuá-lo como os demais itens da enumeração que ele estiver encerrando: (1) com vírgula (a, b, c, etc.), (2) ponto-e-vírgula (a; b; c; etc.) ou (3) ponto (A. B. C. Etc.). Os exemplos são do Grande Manual de Ortografia Globo, de Celso Pedro Luft: (1) "Comprou livros, revistas, cadernos, etc." - (2) "Palavras que se escrevem com rr e ss: carro, narrar; excesso, remessa; etc." - (3) "Levantar cedo. Respirar o ar puro da manhã. Fazer ginástica. Etc."
A partícula “etc.”, como já dito, é a abreviatura de et cetera, que significa “e outras coisas”, “e o mais”, “assim por diante”, etc.
Como tem aqueles significados, o etc. não pode vir precedido de “e”. É errado escrever: “Comprei um lápis, um caderno, uma caneta e etc.”. Esse “e etc” não pode ser empregado nem mesmo para dar ênfase à frase.
E a vírgula? Autores há que ensinam que antes do etc, também não se usa vírgula em razão do significado da partícula (“e demais coisas”). Outros, porém, consideram que esse etc é um elemento da enumeração e necessita de vírgula. Essa é minha opinião. Aliás, os bons dicionários e o próprio “Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa”, editado pela Academia Brasileira de Letras, trazem vírgula antes do etc.
Celso Pedro Luft, escolheu aleatoriamente 100 páginas de escritores e gramáticos como Gilberto Freire, Pedro Nava, Darcy Ribeiro, Autran Dourado, Graciliano Ramos, Marilena Chauí, Antônio Cândido, Paulo Rónai, José Guilherme Merquior, Antenor Nascentes, Antônio Soares Amora, Massaud Moisés, Rocha Lima, Evanildo Bechara, Celso Cunha e Gladstone Chaves de Melo, entre outros, e encontrou 115 ocorrências com pontuação, contra 14 apenas sem pontuação (A Vírgula. Editora Ática, São Paulo, 1996).
Como o etc significa “e outras coisas”, não podemos usá-lo para pessoas: “Estiveram na reunião os diretores do clube, os conselheiros, diversos sócios, etc”, porque se assim o fizermos estaremos dizendo que “estiveram na reunião diretores, conselheiros, diversos sócios e outras coisas”.
Se o etc. terminar a oração, não há necessidade de colocar um outro ponto, porque o etc. tem a função de ponto final. Se vale por ponto final, não se pode colocar reticências à frente (etc...). Por fim, não existe a terminação etc.,etc.,etc. que se tem visto de vez em quando e, até, em bons autores.