Geral
Alcides Silva: Língua portuguesa, inculta e bela
Megassena
Tenho visto com muita constância, a palavra megassena ora escrita separados os dois elementos que a compõem mega e sena -, ora unidos por hífen mega-sena. Não está correto.
Em palavras compostas pelos prefixos mega, mini, micro, macro ou maxi jamais se usa hífen: megalegoria, megainsvestidor, megassena, megassismo (terremoto de grande intensidade), minissaia, maxicasaco, microcéfalo (cabeça pequena), maxidesvalorização, microcomputador, microempresa, microprocessador, microssaia, minibiblioteca, maxissaia (aquela que chega ao tornozelo), macroeconomia, macrorregião, macrossomia (dimensão exagerada do corpo), microrregião, minissaia, minivestido, minicomício, miniovo, minirreforma, dentre outras.
O hífen, sinal gráfico representado por um pequeno traço (-), é usado:
1 para ligar os elementos de palavras compostas ou derivadas por prefixação: ex-diretor; couve-flor; pré-escola; super-homem;
2 para unir pronomes átonos a verbos: deram-me, amei-a, far-lhe-ei; e
3 para o fim da linha, separar as palavras em duas partes: candida-to, candi-dato, can-didato.
Porém, não se emprega o hífen:
- Nas formações em que o prefixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se em r ou s. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: antirreligioso, contrarregra, infrassom, megassena, microssistema, minissaia, microrradiografia etc.;
- Quando o prefixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se com vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoestrada, autoposto, autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoescola, infraestrutura etc.
- Nas formações que contêm os prefixos des- e in- e o segundo elemento perdeu o h inicial: desumano, inábil, desabilitar etc.
- Nas palavras iniciadas com o prefixo co-, mesmo quando o segundo elemento começar com o: cooperação, coobrigação, coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir etc.
- Em certas palavras que com o uso adquiriram noção de composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedista
Em alguns compostos com o advérbio bem: benfeito, benquerer, benquerido etc.
O emprego do hífen é meramente uma convenção. Não tem justificativa lingüística.
Lembre-se: quando a prefixação se iniciar pelos elementos mega, mini, micro ou maxi jamais se utilizará o hífen, mesmo que a palavra seguinte comece com vogal ou com as consoantes h, r ou s.