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Alcides Silva: Língua portuguesa, inculta e bela!

Alcides Silva - 07 de março de 2013 - 14:08

Alcides Silva: Língua portuguesa, inculta e bela!

Conclave


Conclave, (do latim cum clave) que significa com chave, debaixo de chave, é a reunião em rigorosa clausura dos cardeais eleitores do sucessor do papa. Dessas raízes latinas também é a origem de conchavo e a do verbo chavear (trancar as portas com chaves), muito usado no Sul do Brasil.
No Direito Canônico designa o local onde se reúnem os cardeais, depois da morte ou, como agora, renúncia do papa, para eleger o sucessor. Indica também a assembléia reunida para tal eleição. È um ritual praticamente inalterado desde há oito séculos.
A palavra conclave apareceu pela primeira vez em uma bula papal de Gregório X, no II Concílio de Lion, julho de 1274. As bulas, cartas doutrinárias com força de lei, têm como nome a primeira frase do documento, A de Gregório X era Ubi periculum: (“quando houver algum perigo”), isso porque a eleição que o escolheu foi prejudicada por influências externas de reis, imperadores e bispos poderosos, senhores de legiões militares, cada um pretendendo impor o seu candidato.
Algumas eleições foram bem rápidas. O papa Alexandre IV foi eleito em 1254 em cinco dias. Outras começaram a prolongar-se demasiadamente. A do papa Urbano IV (1261-1264) levou três meses. Na seguinte - eleição do papa Clemente IV, 1265-1268 -, foram quatro meses. Depois da morte desse papa, foram necessários três anos para concluir a votação. Foi a que mais tempo levou.
São Boaventura, chefe geral dos Franciscanos, encontrava-se em Viterbo onde se realizava a eleição e diante da demora aconselhou os habitantes da cidade a trancar os conclavistas no palácio episcopal para se apressarem na escolha do papa, longe das pressões e influências de fora. Entretanto essa solução não produziu efeito desejado. Apesar de trancados a chave (conclave) em seus quartos, a eleição não caminhava. O prefeito da cidade, Alberto de Montebono, junto com o chefe militar Raniero Galli, encarregados do conclave, tiveram outra idéia: destelharam todo o palácio, deixando os cardeais à mercê do sol, da chuva e da neve. Além disso, os obrigaram a um jejum rigoroso. Nas refeições eles só recebiam pão e água.
Os eleitores, então, diante do argumento do estômago, se apressaram a escolher como papa um santo homem, Filipe Benitti, chefe geral da Ordem dos Padres Servos de Maria (Servitas), que não aceitou a indicação: fugiu do convento e se escondeu nas montanhas.
Os eleitores tiveram de procurar outro nome e elegeram alguém fora do conclave, o arquidiácono de Liége, Teobaldo Visconti. Não era cardeal, mas exercia as funções de Legado Apostólico na Síria. Aceitou o cargo, tomou o nome de Gregório X, e comandou a Igreja de 1271 a 1276
Para evitar os problemas das eleições anteriores, o novo papa convocou o Concílio de Lion, onde promulgou novas determinações para a eleição papal. O documento, de 7 de julho de 1274, se intitula Ubi perículum (‘quando houver perigo’), e determina: na morte do papa, os cardeais presentes na cidade onde ele morreu, devem esperar seus colegas somente por 10 dias.
O direito de eleger o Papa é exclusivo dos cardeais com até 80 anos de idade. O Conclave realiza-se obrigatoriamente dentro do Estado do Vaticano (Capela Sistina), decorrendo as suas sessões no meio do maior secretismo e isolamento.
Uma vez realizada a eleição do novo papa, e aceito por ele o encargo, a caixa que contém os votos, os apontamentos dos cardeais e as tiras do sorteio dos escrutinadores é levada a queimar dentro do fogão da Capela Sistina, sem palha molhada. Sai fumaça branca, sinal de que foi eleito um novo papa.
Pouco depois, da varanda da Basílica de São Pedro é proclamada a escolha: “annuntio vobis gaudium magnum: Habemus Papam!

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