O Ministério da Saúde está começando a disponibilizar testes rápidos para gestantes para fortalecer o combate à aids no país. O processo de testes foi desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e obteve o registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no final do mês passado. A iniciativa vai facilitar o acesso da população das pequenas cidades ao teste de HIV.

A aplicação do teste em gestantes é um dos principais fatores para reduzir a contaminação de crianças. De acordo com dados do Programa Nacional de DST/Aids, os casos de aids pediátrica caíram quase 30%, desde 1999, por causa do diagnóstico precoce do HIV nas maternidades e no pré-natal. Em 2003, foram notificados 137 novos casos em crianças até cinco anos, contra 806, em 1999.

"O teste rápido é importante. É preciso ter um teste simples de manusear, que pode ser feito até na hora do parto, porque muitas mulheres não fazem o pré-natal", defende o representante no Brasil da campanha de acesso a medicamentos da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), Michel Lotrowska.

Além do acesso aos serviços de saúde, o representante da organização diz que é preciso superar os preconceitos para ampliar a testagem das gestantes. "Muitas vezes, há preconceito, inclusive por parte dos médicos, que pensam que por serem mulheres casadas não precisam fazer o teste porque certamente serão HIV negativas", alerta.

O oficial de projetos do Unicef acrescenta que o teste rápido é eficaz para avaliar um grande número de pessoas que têm diferentes condições e, portanto, probabilidades distintas de ter a doença. "Quando se tem uma população mais concentrada, que tem mais possibilidade de ter sido infectada pelo vírus, é preciso fazer outra rotina", explica Volpi.