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Agronegócio perde renda, mas aumenta exportações em 2005

Stênio Ribeiro/ABr - 06 de janeiro de 2006 - 18:00

O produtor rural passou por um momento ruim em 2005, segundo o presidente da Confederação da Agricultura (CNA), Antonio Ernesto de Salvo. Segundo a CNA, a renda total da produção agropecuária caiu de R$ 160,65 bilhões, em 2004, para R$ 143,42 bilhões no ano passado. Como resultado, calcula que a participação do agronegócio no Produto Interno Bruto (PIB) cairá de R$ 540 bilhões, em 2004, para algo em torno de R$ 520 bilhões, em 2005, com retração de 3,4% em valores nominais.

Mas, o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Jacinto Ferreira, minimiza a perda anunciada. Diz que, na verdade, o setor não perdeu, mas deixou de ganhar. Os números apresentados pela CNA, segundo ele, se referem à "expectativa de renda", frustrada pela quebra de 5,1% da safra agrícola 2004/2005, que colheu 112,715 milhões de toneladas de grãos.

Mesmo com a queda de renda e quebra de safra, o agronegócio brasileiro bateu novo recorde de exportações em 2005, com US$ 43,6 bilhões. O resultado foi 11% superior ao de 2004, quando a balança registrou US$ 39,016 bilhões, segundo dados divulgados ontem (5) pelo Ministério da Agricultura.

Jacinto Ferreira afirma, contudo, que a safra 2005/2006 terá uma recuperação superior a 10%, e estima produção de 124,9 milhões de toneladas. Um pouco abaixo da previsão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): de 127,6 milhões de toneladas. Ele ressalta com isso que o produtor sairá ganhando: "Não vai recuperar toda a expectativa de renda; mas certamente terá lucro; e as exportações do agronegócio devem aumentar, em função de o mercado mundial não estar mais tão abastecido como no ano passado".

O presidente da Conab lembra que algumas lavouras, como cana-de-açúcar e café, deram sinais de vitalidade em meio à perda da safra 2004/2005, e diz que esses segmentos continuarão se expandindo no decorrer deste ano. Em especial no caso da cana, dando continuidade a uma tendência que vem crescendo há dez anos. Período no qual a produção de cana cresceu 44%, por causa dos bons preços do açúcar no mercado externo e do aumento da frota nacional de carros bicombustíveis.

De acordo com Jacinto Ferreira, "a expectativa de recuperação é muito boa" também com relação às culturas de feijão e milho; e, se a cotação do dólar não baixar mais em relação ao real, a tendência é de as exportações do agronegócio crescerem mais ainda que os US$ 43,6 bilhões exportados em 2005 e que proporcionaram superávit (saldo positivo) de US$ 38,4 bilhões para o setor. Um aumento de 12,6% comparado ao saldo obtido em 2004.

Já a CNA afirma que a perda de renda, no ano passado é a maior desde que a entidade começou a divulgar os "Indicadores Rurais", em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Escola Superior Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (USP), em 1990. Pelos dados da CNA, o agronegócio teve participação de 30,07% no total das riquezas produzidas no país, em 2004, e deve ficar abaixo de 29% em 2005.

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