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Aftosa: restrição em municípios deve terminar em 6 meses

Sandra Luz/Campo Grande News - 10 de fevereiro de 2007 - 14:59

Em pelo menos seis meses o governo de Mato Grosso do Sul espera resolver a situação sanitária dos municípios de Eldorado, Japorã e Mundo Novo, interditados por conta da identificação de atividade viral para a febre aftosa em sorologia aplicada pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Segundo o governador André Puccinelli (PMDB), nesse período serão efetuadas sorologias mensais para excluir qualquer atividade viral no gado das três cidades. A imposição do abate vem com a abdicação do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) das cabeças como forma de reduzir as perdas aos produtores.

O governo espera, ainda, até maio o Estado já retome o status de zona livre de febre aftosa suspenso desde outubro de 2005, quando um foco de aftosa foi identificado em Eldorado. De acordo com o governador, para recuperar o status e retomar a exportação de carnes, o Estado decidiu acatar as orientações do Mapa e vai instituir o abate sanitário nos três municípios. O abate será imposto para os animais reagentes ao vírus em frigoríficos autorizados pelo governo. “Se não deixar abater, quem tem Polícia Militar e tem Departamento de Operações de Fronteira vai fazer valer a lei. Vai abater por determinação do Estado. O governo vai fazer valer o poder de polícia administrativamente”.

No abate sanitário, o gado é desossado e a carne maturada, sendo o produto colocado normalmente no mercado. Como incentivo, o governo isentou os animais reagentes do ICMS. Segundo Puccinelli, somente animais de Eldorado, Japorã e Mundo Novo estão inclusos na medida. Se for considerado o inquérito epidemiológico efetuado pelo Mapa entre outubro de 2006 e janeiro de 2007, 444 propriedades devem ter gado abatido, o que representa 11.449 cabeças.

Os detalhes sobre o abate serão discutidos às 18 horas deste sábado, dia 10, em reunião na Governadoria. Participam os representantes dos frigoríficos Iguatemi, União e Fibrasil. O próximo passo, agora, será definir como fica a situação dos pequenos proprietários que sobrevivem da pecuária leiteira. Conforme Puccinelli, a pasteurização será incentivada, mas em caso de sorologia positiva, o gado também será abatido.

Além do abate, o governo, Mapa e prefeitos definiram reforço da vacinação na área de fronteira, intensificação da vigilância e contratação de veterinários por parte dos municípios. Quanto à situação de fronteira, que é alvo de críticas da OIE (Organização Internacional de Epizootias), Puccinelli disse que não pode negociar com os países de fronteira porque é italiano e que “isso cabe ao Lula (presidente Luiz Inácio Lula da Silva)”.

Para as fronteiras, o Mapa já sinalizou que vai atender às exigências da OIE para armonização dos trabalhos de vigilância e controle da aftosa, segundo o diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério, Jamil Gomes de Souza. O diretor explicou que a OIE discutiu em Paris não somente a situação de Mato Grosso do Sul em relação à doença, mas de toda a América do Sul e observou inconformidades na faixa de fronteira. As adequações exigidas incluem adequação dos períodos e do sistema de vacinação e controle da imunização.

Souza revelou que os trabalhos serão discutidos com representantes do Paraguai, Bolívia e Uruguai. Dos três, o Paraguai corre risco de ter a situação revista pela OIE. Hoje, o gado paraguaio é considerado pela entidade livre de febre aftosa com vacinação.

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