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Aftosa: relatório do DOF irrita presidente do Senacsa

Humberto Marques/Campo Grande News - 27 de outubro de 2005 - 06:05

As declarações do secretário de Produção e Turismo de Mato Grosso do Sul, Dagoberto Nogueira Filho, de que os casos de aftosa identificados em Mato Grosso do Sul tiveram origem a partir do Paraguai, voltaram a criar embaraços com o país vizinho. O motivo do novo descontentamento dos paraguaios surgiu após reportagem publicada ontem pelo jornal Diário MS, onde comenta-se a existência de um relatório elaborado pelo DOF (Departamento de Operações de Fronteira) referente aos últimos dez dias, que, segundo Nogueira Filho antecipou há uma semana, comprovaria que a aftosa "chegou" ao Estado por meio de um caminhão vindo do território paraguaio, com palhas e fezes supostamente de animais infectados.

"O que pode saber uma polícia de fronteira sobre aftosa", disparou o presidente da Senacsa (Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal) do Paraguai, Hugo Corrales, acerca dos dados do DOF. "É hora do Brasil assumir sua responsabilidade de controlar a febre aftosa que está em seu território e que põe em risco toda a região, e deixe de culpar o Paraguai sem nenhum argumento", ressaltou Corrales, em matéria do jornal ABC Color – que, em sua edição online, reproduz a capa do Diário MS de quarta-feira.

A reportagem do jornal douradense informa que as investigações do DOF são mantidas sob sigilo, não havendo posicionamento do alto escalão do governo sobre o seu conteúdo. O relatório estaria em mãos de Dagoberto Nogueira e do secretário de Coordenação Geral de Governo, Raufi Marques. A entrega do documento ao titular da Seprodes, segundo o Diário MS, foi confirmada pelo superintendente da DFA (Delegacia Federal de Agricultura), José Antônio Felício, que teria complementado, ainda, haver dificuldades para a divulgação do relatório à imprensa, por ser um assunto diplomático entre o Brasil e o Paraguai.

"Em primeiro lugar, ninguém foi visto até agora no informe da polícia [DOF] porque evidentemente não existe. Ou alguém medianamente inteligente pode pensar que, se existisse algum elemento para incriminarmos, já não o teríamos mostrado há tempos?", questionou Corrales. De acordo com o diário paraguaio, o governo daquele país possui cerca de 800 atas de vigilância do Iagro, que provariam não se encontrar sintomas compatíveis com a febre aftosa em Japorã (a 5 km da fronteira) entre os dias 26 e 30 de setembro, quando já se avaliava a presença da doença em Eldorado.

Questionado se não responderá às acusações das autoridades brasileiras sobre a origem da aftosa estar vinculada ao gado paraguaio, o presidente da Senacsa disse que a melhor maneira de responder aos ataques é abrir o país a todo o mundo, para demonstrar transparência. Desde ontem, técnicos do Chile, Rússia e do Panaftosa (Centro Panamericano de Febre AFtosa) e do CVP (Comitê Veterinário Permanente) estão no Paraguai, "a fim de auditar todo o trabalho que estamos fazendo", declarou Corráles.

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