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Aftosa em Eldorado está confirmada, diz ministério

Fernanda Mathias/Campo Grande News - 10 de outubro de 2005 - 08:23

O superintendente federal de Agricultura, José Antônio Felício, disse esta manhã que está confirmado foco de febre aftosa na Fazenda Vezozzo, localizada no município de Eldorado, localizado a 435 quilômetros de Campo Grande e a 30 quilômetros da fronteira com o Paraguai. A confirmação da doença, que está entre as mais restritivas no mercado mundial, chegou às 22 horas de sábado, segundo Felício.

Agora o ministério se empenha em identificar a origem do foco, que causou estranheza pelo fato de a propriedade em que ele se encontra não receber animais há mais de um ano e meio. Felício conta que antes mesmo do exame sorológico, as fotografias dos animais causaram surpresa, pela intensidade da doença no rebanho. A propriedade é pequena, tem 582 animais, já está interditada pela Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) e terá hoje seus 582 animais abatidos e enterrados.

Felício destaca que a região é tradicionalmente problemática, por estar na fronteira com o Paraguai, mas tem dúvidas de que a constatação da origem do foco, se não for dentro de Mato Grosso do Sul, possa ser atenuante ao mercado internacional. A detecção da origem do foco é perseguida por exames do Laboratório Central do Mapa (Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária).

Felício lamenta a situação que a pecuária deve enfrentar a partir da constatação do foco, uma vez que a suspensão das exportações é certa. O preço da arroba chegou há duas semanas a patamares de R$ 46,50 e justamente neste momento se recuperava, com negócios já fechados a R$ 55,00. “Esse episódio lamentável vem para deprimir o mercado, conforme a reação dos Países exportadores”, afirma. A penalização pode não ficar restrita ao Mato Grosso do Sul, uma vez que o último foco de aftosa registrado no Pará motivou suspensão de importações da Rússia de carne de todo o território brasileiro. A atual situação é mais grave uma vez que Mato Grosso do Sul responde hoje por 50% de tudo o que o País exporta em carnes.

“Infelizmente nunca se tem segurança absoluta quando se trata de doenças e acho que pelas experiências de 1999 e 1998, quando tivermos a doença em Porto Murtinho e Naviraí demonstra existe risco, principalmente na região de fronteira”, afirma o superintendente. A confirmação do foco da doença significa um brutal retrocesso no status adquirido por Mato Grosso do Sul, no momento em que caminhava em direção aos mercados mais exigentes. Na semana passada publicou portaria suprimindo a etapa de vacinação de bezerros, iniciativa que tinha como objetivo rumar para o status de área livre de febre aftosa sem vacinação, exigido por Países como Japão e Estados Unidos, por exemplo.

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