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Aftosa: alongamento de restrição preocupa prefeitos

Fernanda Mathias / Campo Grande News - 09 de fevereiro de 2007 - 12:54

O prolongamento da restrição nos municípios de Eldorado, Mundo Novo e Japorã, por conta da constatação de circulação do vírus da febre aftosa, e conseqüente extensão da agonia dos produtores, preocupa os prefeitos dos municípios. Eles esperavam justamente o contrário e foram surpreendidos com a medida que teve de ser adotada diante da reatividade em alguns animais.

A maior preocupação dos prefeitos é com os pequenos produtores, que vivem da pecuária leiteira e estão recebendo valores quase 40% menores pelo produto que o de outras praças, devido ao represamento da produção in natura. A agonia persiste desde que ocorreram os focos de febre aftosa nos municípios, em outubro de 2005. Cerca de 34 mil animais foram sacrificados em função da doença.

A prefeita de Eldorado, Mara Caseiro, afirma que primeiro tentará o restabelecimento da bolsa-leite aos produtores, que vivem grandes dificuldades. São cerca de 400 famílias vivendo da atividade e recebendo cerca de R$ 0,25 por litro de leite comercializado aos laticínios locais. A volta do auxílio, porém, seria somente um atenuante, afirma. “Os produtores querem mesmo é voltar a comercializar os produtos normalmente”, diz. A prefeita diz que ainda não foi informada sobre a continuidade da restrição, anunciada ontem pelo governo estadual e pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária).

Em Japorã também são cerca de R$ 0,25 que as indústrias locais estão pagando por litro do leite in natura ao produtor. “Temos laticínios vizinhos, no Paraná, que estariam pagando R$ 0,40 se pudessem estar captando o leite”, compara o prefeito Rubem Freire Marinho (PT). O efeito em cascata das restrições impostas há um ano e meio em função da aftosa na economia do município são devastadores. “Perdemos quatro pontos percentuais na participação para repasse do ICMS. O comércio está parado. Queremos saber da viabilidade de o governo subsidiar esse leite, se não fica difícil a permanência dos produtores na cidade. Vai ter venda de lotes de pequenas propriedades e aumentar o êxodo rural”, prevê. Assim como a prefeita de Eldorado, Marinho afirma que também não foi informado sobre a continuidade da restrição, esta manhã.

Já o prefeito Humberto Amaducci, de Mundo Novo, disse que foi informado e convidado para uma reunião com equipe do governo e espera ações conjuntas para minimizar os impactos da medida. “A equipe está reunida e vamos ter diálogo com o governador provavelmente amanhã discutindo sobre isso”, afirma. Assim como os outros prefeitos, ele revela uma preocupação maior com os produtores de leite, que são menores. Segundo ele, a receita do município não caiu no ano passado, mas cresceu muito aquém dos anos anteriores, o que atribui aos reflexos da aftosa.

“Antes vinha tendo crescimento de 13% a 15% ao ano e no ano passado crescemos cerca de 1% a 2%”, afirma. Amanhã haverá em Campo Grande uma reunião técnica para definir ações a serem desenvolvidas para o Conesul, a partir dos novos resultados sorológicos. Os índices encontrados estão bem abaixo dos da sorologia anterior, segundo o governo. Por enquanto, não há previsão de sacrifícios de animais ou abates sanitários.

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