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Afinal, o que é o tereré ?

expogrande - 10 de abril de 2005 - 06:41

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Erva, guampa, água bem gelada e uma roda de amigos. São esses os ingredientes da bebida de fronteira mais tradicional de Mato Grosso do Sul e que marca presença forte na 67ª Expogrande. Sendo um grande encontro de pessoas de diferentes partes do país, a feira colabora para a propagação do sul-mato-grossense tereré.

Com sotaque sulista, o paranaense Tércio Miranda, criador de cavalos, é adepto do bom tereré. “Tem bem uns 15 anos que eu tomo tereré”, conta, completando que conheceu a bebida em uma de suas visitas a Campo Grande. “Hoje, o tereré é conhecido em diversas partes do Brasil. Até em São Paulo eu já tomei tereré”, lembra-se.

Sebastião Mendes, que também passa horas em rodas de tereré no parque de exposições, foi um dos que ajudaram a levar a bebida sul-mato-grossense para outros estados. “Eu fui certa vez em São Paulo e tiver que dar um kit de tereré a um amigo”, contou Mendes, provando que a bebida agrada a outros paladares.

Mendes faz parte de um grupo que não poupa tempo e dinheiro no consumo de tereré. “Um quilo é pouco”, diz ele, referindo-se à quantidade diária de erva necessária para satisfazer a sede de sua roda de amigos, com quatro membros. “É que está fazendo muito calor”, justifica Kátia de Souza, esposa de Mendes e integrante da roda.

Há até mesmo certa etiqueta para se tomar a bebida. “O tereré tem que ser tomado na guampa e não na cuia (recipiente para o chimarrão), não pode deixar ficar aguado e a erva deve ser própria para o tereré”, ensinou José Carlos de Souza. No entanto, as regras são flexíveis. “Quando não tem guampa, por exemplo, pode usar copo ou até latinha de cerveja”, afirma.

“Em menos de uma hora precisei encher a jarra quatro vezes”, disse Alcindo dos Santos, que servia tereré ao público que assistia pela manhã o julgamento de cavalos árabes. A jarra mencionada por ele era, de fato, um grande bule, com cerca de quatro litros. Ou seja, em pouco tempo, foram bebidos 16 litros de tereré.

Há quem lucra bem com o costume. A comerciante Luciana Dias Mendonça, que trabalha em um estande de conveniências, calculou uma venda expressiva de erva mate. Segundo ela, em seu estabelecimento foram vendidos cerca de 60 pacotes de erva nos dias da feira. “Hoje vou ter que pedir mais um fardo”, contou.

De mão em mão, de boca em boca, de Expogrande a Expogrande, o tereré vai deixando de ser exclusividade de Mato Grosso do Sul e suscitando outras rodas de amigos em diversas partes do país.

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