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Adolescente matou menino para levar DVD que vendeu por R$ 20,00

Campo Grande News/ Ângela Kempfer e Francisco Júnior - 06 de abril de 2013 - 14:35

Poucas histórias envolvem tanto drama nos detalhes. O assassinato do menino Kauã, de 6 anos de idade, por si só é trágico. Mas as declarações do assassino, um adolescente de 17 anos, deixam tudo muito mais sórdido.

O rapaz, até pouco tempo vizinho da criança, confessa que agrediu Kauã para roubar um aparelho de DVD, que acabou vendendo por R$ 20,00.

Ele foi pego ontem com a namorada, quando tentava fugir para Campinas, interior de São Paulo. A jovem, de 19 anos, Eliane Martins de Souza, está grávida de 3 meses e conhecia os planos do companheiro.

Quem também ficou sabendo de tudo foi a mãe do adolescente, que incentivou o filho a sumir da cidade e não chegou a cogitar a possibilidade do adolescente assumir o que fez.

Hoje, já em Campo Grande, em entrevista à imprensa o adolescente falou sobre o crime com tranquilidade, mas sempre de cabeça baixa, sentado em uma cadeira.

Disse que na quinta-feira resolveu ir até a casa de Kauã “roubar”, porque já havia feito isso há cerca de um mês, quando levou R$ 50,00 que estavam escondidos em um pote da cozinha.

Nesta semana, quando chegou, viu o menino na porta, comendo pão e maça e foi recebido com carinho. “Ele me ofereceu, eu comi e depois ele disse que se eu quisesse mais, podia entrar e pegar”, lembra.

Antes, o adolescente ainda advertiu o menino que a mãe da criança poderia chegar e achar ruim, mas Kauã respondeu que ela só voltaria “depois do filminho que passa na televisão à tarde”.

Mais seguro, o rapaz entrou e passou a revirar tudo dentro da casa, em busca de algo de valor. Kauã percebeu e começou a gritar. Esperto, o menino ainda tentou envenenar o agressor com inseticida, mas fraco diante do rapaz forte, de 1,75 metro, perdeu a disputa.

Nervoso, o adolescente tentou então imobilizar a criança. Ele garante que não usou o veneno contra o menino. Diz que conseguiu amordaçar a criança com uma camiseta e, ao tentar amarrar as mãos, pressionou com força o pescoço do garoto. A versão se confirma pelos dados da perícia, que apontam morte por asfixia mecânica.

Mesmo assim, o adolescente garante ter deixado o menino vivo e detalha sem remorso aparente: “Ele não estava morto. Eu vi lágrimas nos olhos dele”.

Quando voltou para a casa da mãe, onde mora com Eliane, o adolescente contou tudo para a namorada, mas afirma que só ficou sabendo da morte pela televisão. “Fiquei desesperado e fui contar para minha mãe e meu irmão. Daí pedi para a minha namorada continuar acompanhando pela televisão”.

A mãe teve então a ideia de antecipar a viagem do adolescente, que já planejava se mudar para Campinas e pediu a ele que embarcasse ainda na sexta-feira, um dia após o assassinato.

A Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente já monitorava a família e solicitou à delegacia de Bataguassu que fizesse a prisão ontem.

Sobre Aparecida Galube,mãe de Kauã,o adolescente comenta que sabe que nunca será perdoado. “Eu tenho de pedir perdão para ela,mas eu sei que ela nunca vai me perdoar porque ele não vai voltar”.

Além do adolescente, a namorada também será indiciada como co-autora do latrocínio, roubo seguido de morte.

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