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Ademir da Guia relembra os 38 anos da conquista invicta do Paulistão

FPF - 03 de setembro de 2010 - 19:04

Em pé: Eurico, Leão, Luís Pereira, Alfredo, Dudu e Zeca; Agachados: Edu, Leivinha, César Maluco, Ademir da Guia e Nei. Base da equipe palmeirense campeã invicta em 1972
Em pé: Eurico, Leão, Luís Pereira, Alfredo, Dudu e Zeca; Agachados: Edu, Leivinha, César Maluco, Ademir da Guia e Nei. Base da equipe palmeirense campeã invicta em 1972

Nesta sexta-feira (03) a Sociedade Esportiva Palmeiras comemora o aniversário de um dos títulos mais importantes de toda a história do clube. O empate por 0 a 0 com São Paulo na tarde do dia 03 de setembro de 1972 deu ao Palmeiras o título invicto do Campeonato Paulista daquele ano, feito que somente foi igualado pelo rival Corinthians em 2009.

A famosa Academia de Futebol formada por craques como Leão, Luís Pereira, Dudu, Leivinha, além de César – artilheiro do time com 11 gols – deu ao torcedor palmeirense a chance de acompanhar a trajetória da equipe em toda a competição sem sequer amargar uma única derrota. No total foram 22 jogos, com 15 vitórias e 7 empates. Os palestrinos marcaram 33 gols e sofreram apenas 8. Uma campanha irretocável, em que o Palmeiras terminou com 37 pontos, um a mais do que a equipe do Morumbi, que ficou com o vice-campeonato daquele ano também sem sofrer derrotas.

Ademir da Guia, o maior ídolo da história do alviverde relembra os bons momentos vividos naquela competição, que foi uma das cinco conquistas do mágico ano de 1972. “Ganhar títulos sempre foi ótimo, principalmente quando se trata de um campeonato invicto. Nossa confiança era enorme, pois tínhamos um elenco repleto de craques. Isso facilitou bastante para chegarmos ao título do Paulistão e posteriormente levantarmos a taça de campeão brasileiro”, disse o Divino.

Mesmo não tendo disputado o título no estádio do Morumbi, o Divino revelou que enfrentar o São Paulo em qualquer lugar sempre foi muito complicado. “Jogar contra um time forte como o do São Paulo não era tarefa fácil, mesmo sendo num campo neutro. Decidir um campeonato contra um time com grandes jogadores como Forlan, Toninho Guerreiro e Pedro Rocha foi muito difícil, tanto que eles também terminaram a competição invictos”, lembrou o eterno ídolo palmeirense.

Treinado por Oswaldo Brandão, a inesquecível Academia de 72 tinha no técnico a figura de um comandante exigente e rígido, mas que sabia escalar o time da melhor maneira possível. Brandão chegou ao Palmeiras logo após o título paulista de 1971 com o São Paulo. Para Ademir da Guia, o técnico tinha uma inteligência de mestre. “Ele estava iniciando o trabalho no Palmeiras e mesmo assim conseguia tirar o melhor de cada jogador. Mudou totalmente a maneira de jogar do time e fez com que cada atleta fosse um ponto importante dentro de campo. Colocou cada peça no lugar certo e isso foi de extrema importância para a conquista”, lembrou o ex-camisa 10.


Principal ídolo da história palmeirense, Ademir da Guia posa para foto no palco do título, o Pacaembu
A segunda Academia, como ficou conhecida a equipe que em 1972 conquistou as Cinco Coroas - Campeonato Paulista, Campeonato Brasileiro, Taça Laudo Natel, Copa do Atlântico e Taça dos Invictos – era formada por grandes jogadores que também chegaram a integrar o grupo da Seleção Brasileira. Camisa 10 e articulador da equipe, Ademir da Guia lembra o entrosamento entre jogadores. “Todos se destacavam naquele esquadrão. Éramos fortes em todos os setores, nos dávamos muito bem. Leão era uma parede no gol, Luís Pereira comandava a defesa, Dudu sempre forte na marcação e Leivinha e César cansavam da marcar gols. Todos eram muito confiantes e participativos. Foi muito bom jogar em um time como aquele. Para onde olhava havia um craque”, disse o também craque.

Jogador que mais vezes vestiu a camisa alviverde, Ademir também fez parte da Seleção Brasileira que disputou a Copa do Mundo da Alemanha em 1974. Autor de 153 gols pelo Palmeiras, ‘o divino’ como foi apelidado, acredita que o ano de 1972 e a conquista invicta do Paulistão tenham sidos os acontecimentos mais marcantes de sua carreira como atleta. “Foi a coroação de um trabalho bem feito. Muitas coisas importantes marcaram a minha carreira, mas ganhar um título invicto de um campeonato como o Paulistão, não é pouca coisa. Tanto que demorou 37 anos para acontecer novamente. Vou guardar para sempre este feito em minha memória. E tenho certeza que toda a torcida palmeirense também”, concluiu.

Ficha técnica

Palmeiras 0x0 São Paulo

Palmeiras: Leão; Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu (Madurga) e Ademir da Guia; Edu (Fedato), Leivinha, César e Nei.
Técnico: Oswaldo Brandão.

São Paulo: Sérgio; Forlán, Samuel, Arlindo e Gilberto; Edson e Pedro Rocha; Paulo, Terto, Toninho (Zé Carlos) e Paraná (Wilton).
Técnico: Alfredo Ramos.

Data: 03/09/1972.
Local: Estádio Municipal do Pacaembu, em São Paulo.
Árbitro: Oscar Scolfaro.
Renda: Cr$ 352.838,00.
Público: não divulgado.

Por Fábio Pereira

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