Cassilândia Notícias

Cassilândia Notícias
Cassilândia, Quinta, 28 de Março de 2024
Envie sua matéria (67) 99266-0985

Geral

Acusado de matar ex-namorada diz que foi acidente

TJGO - 04 de dezembro de 2007 - 07:05

“Não tinha a intenção de matá-la. Sonhava em me casar com ela e ter fillhos”. Com essas palavras o cabelereiro e guarda patrimonial Graciano Gomes Lourenço admitiu hoje (3), durante interrogatório presidido pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 1ª Vara Criminal de Goiânia, a responsabilidade pela morte de sua ex- namorada, a estudante de enfermagem Juliana de Fátima Carvalho, de 19 anos. O crime ocorreu por volta das 12h40 do dia 6 deste mês, em frente à Universidade Paulista (Unip), na BR-153, onde ela cursava Enfermagem.

De acordo com Graciano, os dois tiros que atingiram a vítima foram acidentais. “Eu usei a arma apenas para intimidá-la e convencê-la a entrar no carro para conversarmos. Mas ela se exaltou, puxou o cano e o revolver disparou”, relatou, contando que ao perceber que Juliana fora atingida duas vezes, apontou a arma para a própria cabeça e atirou, por três vezes seguidas, sem contudo conseguir se matar, uma vez que o revólver lencou.

Ainda durante o interrogatório, Graciano disse que a discussão começou porque ele queria que a estudante contasse à própria família que a namoro tinha acabado em razão de traição dela. “O irmão dela passava perto do meu salão e me olhava atravessado. Eu queria esclarecer tudo”, comentou. O cabelereiro afirmou que estava, inclusive, disposto a perdoar a traição e retomar o namoro, pois amava a vítima. “Até hoje não acredito que ela esteja morta. Nunca me imaginei usando uma algema, muito menos por causa da morte dela”, comentou chorando. Graciano disse ser pessoa honesta, trabalhadora e nunca ter respondido a processo por qualquer crime. Não soube, contudo, dizer o nome de quem lhe vendeu o revólver que usou no dia do crime, informando apenas que o adquiriu por 300 reais com o objetivo de se proteger de ladrões que estavam cometendo furtos nas imediações de seu salão.

Caso

Segundo a denúncia, Graciano e Juliana namoraram por cerca de dois meses. Após o rompimento do relacionamento, pela vítima, Graciano ficou inconformado e passou a ameaçá-la de morte, bem como a família dela. No dia do fato, o cabeleleiro abordou Juliana quando ela deixava a universidade, e a puxou pelo braço na tentativa de colocá-la à força em seu carro. Ainda de acordo com o MP, para intimidar a estudante, o Graciano disparou um tiro em direção aos pés dela, o que a fez entrar no veículo.

Pouco depois, ao conseguir deixar o carro, a vítima foi agredida com dois chutes dados pelo cabeleleiro, que a agarrou enquanto ela tentava entrar em um ônibus. Conforme a promotoria, Graciano atirou na nuca de Juliana e em seguida na testa, sem que a estudante pudesse esboçar qualquer reação. No interrogatório, ele negou que ela tenha entrado no carro e também as agressões. Disse sofrer de disrritmia cerebral que o obriga a tomar remédios controlados há cerca de quatro anos.(Patrícia Papini)

SIGA-NOS NO Google News