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Acusação sustenta que PCC pagou assassinos de Morel

Ângela Kempfer e Nadyenka Souza, Campo Grande News - 10 de novembro de 2009 - 17:28

Depois de ouvir a argumentação da defesa, o promotor Paulo César Passos usou o tempo de réplica da acusação para explorar a relação entre Fernandinho Beira-Mar, PCC e advogados contratados após o assassinato do traficante João Morel.

Aos jurados, ele explicou que o réu não é obrigado a falar a verdade, e definiu Beira-Mar como um homem perigoso. “Vocês estão a julgar uma pessoa extremamente perigosa, fria e articulada”.

Novamente, Passos mostrou documentos apresentados como provas da relação do traficante com o crime, cometido dentro do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande, em 2001.

A promotoria sustenta que a escolha do executor foi feita pelo próprio Fernandinho Beira-Mar, junto de integrantes do PCC.

O escolhido foi Odair Moreira da Silva, o Marreta. Segundo a acusação, a quebra de sigilo telefônico dele mostrou que antes de matar Morel, o assassino fez ligações e contratou advogados, sustentando o indício de crime planejado.

Os telefonemas foram feitos aos advogados Keila Falcão, Maria Iracema, Willian Macksoud, e Damião Cosme.

Depois da execução, dois deles foram até a Máxima e já se apresentaram como advogados de Odair.

A princípio foi dito que o tio de Marreta teria pago os honorários, mas ele mesmo negou o pagamento, segundo a acusação.

Dias depois, o grupo de advogados esteve em Brasília, onde Beira-Mar estava preso em 2001. O promotor citou detalhes que levantam mais suspeitas sobre a relação entre Odair e Beira-Mar.

Segundo passos, os advogados se comunicavam com Beira-Mar apenas por meio de bilhetes, escritos com caneta preta e colados ao vidro que os separava do cliente em conversas dentro do presídio. Depois do recado dado, os papéis eram destruídos, afirmou a acusação.

Outro ponto reforçado foi a relação de rivalidade entre Beira-Mar e Morel, na disputa pelo comando do tráfico na fronteira entre Brasil e Paraguai.

O promotor expôs mandado de prisão expedido pelo Paraguai contra Fernandinho, acusado da morte dos 2 filhos de Morel, 8 dias antes do crime na Máxima.

A acusação lembrou também, com exceção de uma testemunha, todas as outras foram assassinadas. A última morte foi de Marcelo Diniz, e ocorreu em janeiro deste ano, em Três Lagoas.

A defesa sustentou que a testemunha Ivanézio de Souza apresentou contradições, o que para a acusação foi medo. Passos citou trecho do depoimento dele: “ainda hoje continuo sofrendo risco de vida”.

Outra questão contestada pela promotoria foi o fato da irmã de Morel e do irmão terem negado a participação de Beira-Mar no crime. "Depois eles disseram que não tinham nada a declarar", lembrou o promotor alegando também que os dois temiam a morte.

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