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Acompanhamento odontológico vinculado à carteira de vacinação reduz prevalência de cárie

Agência Notisa - 13 de agosto de 2011 - 13:43

Agência Notisa – A assistência odontológica faz parte do programa Saúde da Família desde 2000, como uma iniciativa do Ministério da Saúde para aumentar o cuidado com a higiene bucal do brasileiro. Porém, os pesquisadores Geraldo Stocco, da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Ponta Grossa (PR), e Marcia Helena Baldani, da Universidade Estadual de Ponta Grossa, defendem uma nova estratégia que visa prestar assistência odontológica desde os primeiros meses de vida do bebê. Eles contam que através de um projeto de acompanhamento de consultas ao dentista feito diretamente pela carteira de vacinação, equipes de uma Unidade de Saúde da Família conseguiram reduzir significantemente o número de crianças com cárie na região.



No artigo “O controle das consultas odontológicas dos bebês por meio da carteira de vacina: avaliação de um programa-piloto desenvolvido na Estratégia Saúde da Família em Ponta Grossa”, publicado em abril deste ano na revista Ciência & Saúde Coletiva, os autores relatam os resultados do trabalho que monitorou, durante dois anos, 123 bebês com idade de 12 a 36 meses. A escolha pela carteira de vacinação como documento de controle de frequência se deu por se tratar de um documento constantemente portado pelas mães durante visitas à Unidade de Saúde da Família.



Segundo os pesquisadores, 95% dos pacientes se inscreveram no programa antes de completar um ano de vida e metade deste total visitou o dentista mais de uma vez por ano. A maior frequência de consultas resultou na diminuição do número de crianças com cáries, já que apenas 5,7% apresentaram lesões. A equipe lembra no artigo que a prevalência média da doença no Brasil é 26,8% entre bebês de 18 a 36 meses (Ministério da Saúde 2000 – 2003).



A pesquisa mostrou ainda que as crianças menores (até 24 meses) são as que mais retornam à unidade de atendimento para realizar o acompanhamento, enquanto 52,3% das mais velhas abandonaram o tratamento. Em relação às mães, o estudo constatou que as mais velhas, com baixa escolaridade e com três ou mais filhos costumam retornar com mais frequência às consultas odontológicas.



O artigo explica esses números ao constatar que mulheres com mais filhos vão frequentemente às unidades de atendimento, o que influi na quantidade de consultas realizadas. Além disso, os autores creditam esta maior frequência aos programas educativos de incentivo ao acompanhamento odontológico precoce presentes nas Unidades de Saúde da Família. “Os pais, muitas vezes, desconhecem a possibilidade de levarem seus filhos aos serviços odontológicos para prevenção, ou mesmo não percebem a importância desta, o que indica a necessidade de se aprimorarem os mecanismos de informação da população”, comentam Geraldo e Marcia no artigo.



Eles ressaltam a importância de promover a capacitação do indivíduo para que este possa cuidar de sua própria saúde e adquirir hábitos de prevenção e controle dos fatores de risco. “Tem sido observado, porém, que culturalmente a tendência é de que os pais levem seus filhos ao dentista apenas após a erupção do primeiro dente, ou ainda mais tarde, quando a criança apresenta maior probabilidade de desenvolver cárie dentária ou já tem os dentes acometidos, muitas vezes com sintomatologia dolorosa”, criticam no artigo.



Para ver o artigo na íntegra, acesse: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232011000400031&lang=pt.


Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico)



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