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Geral

Acidentes de trânsito custam R$ 10 bi por ano ao país

Keite Camacho / ABr - 07 de abril de 2004 - 15:45

Encarada como problema de saúde pública, a discussão sobre os acidentes de trânsito marcou as comemorações alusivas ao Dia Mundial de Saúde, hoje, em Brasília. Segundo Ailton Brasiliense, diretor do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), cem pessoas morrem e mil ficam feridas por dia, em acidentes nas ruas do país. De acordo com ele, em 2002, foram gastos R$ 10 bilhões com estes acidentes no Brasil. “Para reduzir a impunidade e aumentar a conscientização da população serão feitas campanhas ao longo deste ano, e a implantação total do programa de multa interestadual, a ser concluída até agosto”.

O diretor do Denatran caminhou com o Ministro das Cidades, Olívio Dutra, e representantes de ONGs ligadas à questão da violência no trânsito. O grupo andou do Ministério das Cidades até a Praça dos Três Poderes, onde bonecos utilizados em testes de veículos representaram as vítimas do trânsito. Durante o evento, Dutra disse que é necessária a aplicação do Código Nacional de Trânsito.

“É preciso que o Código de Trânsito Brasileiro seja efetivado na prática, e é fundamental que construamos uma cultura de civilização e solidariedade no trânsito. Portanto, há que ter uma campanha institucional permanente, articulada, com ações das três áreas de governo (federal, estadual e municipal) para humanizar o trânsito brasileiro. Preservar a vida significa ter um código de trânsito que não só seja bonitinho, mas que ninguém que cometa infração, irregularidade e morte e coloque em risco a vida dos outros fique impune”, ressaltou.

Humberto Costa, ministro da Saúde, se juntou ao grupo e também abordou a necessidade de aplicação e mudanças no código. “Boa parte dos acidentes que acontecem se dá por conta de imprudências que são realizadas no trânsito. Temos que trabalhar no sentido de aplicar o código brasileiro de trânsito, que é bastante avançado, e, ao mesmo tempo, educar as pessoas para que possam ter uma atitude mais adequada e de mais cuidado com o semelhante”, disse.

Para o ministro, a principal revisão a ser feita é a que se refere às pessoas que bebem e dirigem. “As decisões da Justiça, que consideram que a obrigatoriedade do uso do bafômetro é uma geração de prova contra si próprio, portanto algo inconstitucional, parecem uma coisa absurda. Isso é que precisaria ser mexido. Existe no Senado um projeto do deputado Beto Albuquerque que, se for aprovado, vai facilitar bastante e permitir que a gente impeça que o motorista irresponsável que bebe, dirige, continue a ficar na impunidade”, salientou.

Humberto disse ainda que uma das grandes causas de atendimento nos serviços de emergência hoje são os acidentes de trânsito. Somada a isso a ocupação de leitos em hospitais, se geraria um prejuízo enorme para o sistema de saúde, que poderia ser evitado, segundo ele, com educação do motorista e de toda a população.

De acordo com informações do administrador da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Base de Brasília, José Antônio Peixoto, são gastos de R$ 3 mil a R$ 4 mil por dia com vítimas de acidentes de trânsito. A campanha realizada hoje em comemoração pelo Dia Mundial da Saúde foi uma parceria dos ministérios da Cidade e da Saúde, da Organização Pan-Americana de Saúde e da Organização Mundial de Saúde.

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