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Acidentes de trabalho em hospitais são comuns

Agência Notisa - 22 de junho de 2005 - 08:06

Pesquisa mostra que os cirurgiões dentistas são os que mais se envolvem em acidentes, principalmente nos hospitais de pequeno porte. Treinamento com informações sobre biossegurança não reduziu o número de ocorrências.

Os acidentes de trabalho envolvendo material biológico expõem os profissionais a uma série de riscos, inclusive a doenças. Quanto menor o hospital, maior a ocorrência de acidentes. Além disso, os profissionais de saúde do sexo masculino, principalmente os que pertencem às categorias de cirurgião-dentista, médico e técnico de laboratório, se envolvem mais em acidentes com material biológico, mesmo os que receberam treinamento com informações sobre biossegurança. Isso é o que mostram pesquisadores da Universidade de Brasília, em um estudo realizado com 570 profissionais de saúde de hospitais do Distrito Federal.

De acordo com artigo publicado na edição de maio/junho de 2005 dos Cadernos de Saúde Pública, o objetivo do estudo foi identificar os fatores que interferem no acidente de trabalho envolvendo material biológico em profissionais de saúde. Todos foram submetidos a uma entrevista semi-estruturada.

Os pesquisadores constataram que 39,1% dos entrevistados referiram ter sofrido acidente de trabalho com material biológico. A ocorrência de acidentes foi mais comum com os homens, principalmente cirurgiões-dentistas, médicos e técnicos de laboratório de hospitais de pequeno porte. A principal causa de acidentes em profissionais de saúde está relacionada ao uso de material perfurocortante, que provocou na maioria das vezes exposição percutânea.

A equipe observou também que o treinamento recebido pelos profissionais de saúde, com conteúdo sobre biossegurança, nos últimos dois anos não diminuiu o coeficiente de acidentabilidade de trabalho envolvendo material biológico. Os dados apontam um coeficiente mais elevado para aqueles que referem ter recebido treinamento do que para os que não receberam: “a relação entre o conhecimento e a adesão dos profissionais de saúde ao uso de barreiras de proteção não foi significativa. Demonstrou-se que eles têm o conhecimento, mas não aderem às medidas e possuem uma percepção fraca de risco, pois fazem uso de barreiras apenas mediante o diagnóstico de soropositividade para HIV”.

Dessa forma, os pesquisadores alertam para a necessidade de as normas de biossegurança serem implementadas no ambiente de trabalho. “Tais medidas abrangem tanto questões de ordem administrativa, de organização do trabalho, como relacionadas à educação continuada, e ao controle de qualidade e prevenção de acidentes”, afirmam no artigo.


Agência Notisa (jornalismo científico - science journalism)

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