Cassilândia Notícias

Cassilândia Notícias
Cassilândia, Quinta, 25 de Abril de 2024
Envie sua matéria (67) 99266-0985

Geral

Abertura de comportas da Cesp alaga fazendas em MS

Maristela Brunetto - Campo Grande News - 26 de janeiro de 2007 - 08:54

A abertura de comportas das usinas hidrelétricas da Cesp (Companhia Energética de São Paulo) a partir do dia 11 deste mês provocou alagamento em propriedades rurais na região leste de Mato Grosso do Sul. Em pelo menos duas cidades na divisa com São Paulo, na margem direita do Rio Paraná, donos de áreas tentam contabilizar os danos.

Em Batayporã, o produtor rural Lauro Nilbradt conta que já perdeu de 10 a 12 mil sacas de arroz que estava sendo cultivado, prejuízo estimado em R$ 400 mil, disse. Ele revela que em alguns locais tenta fazer espécie de diques para impedir o avanço da água e aumento do estrago, podendo chegar a 50 mil sacas. O produtor vai acionar a Cesp na Justiça pelas perdas.

Além disso, ele tem uma pousada na margem do rio, onde também vive com a família. A água está colada ao imóvel, já encobriu parte da vegetação. Se o volume de água do rio subir meio metro, diz, corre o risco de ter a propriedade ilhada. A propriedade fica a cerca de sete quilômetros da barragem de Porto Primavera. A Cesp tem no rio ainda uma hidrelétrica em Jupiá e Ilha Solteira.

As terras de Ivan Roberto, em Taquarussu, cidade vizinha a Batayporã, já estão alagadas e ilhadas. Ele vai contratar equipe de peões e uma balsa para retirar pelo menos 250 animais ainda isolados. Ele não tem a conta de quantos animais perdeu. Pelo menos 1,6 mil já foram resgatados. Além de gado, ele tem ainda ovelhas e cavalos.

Ele tem três propriedades na região, todas com trechos encobertos pela água do Rio Paraná. Não dá ainda para calcular o prejuízo, é preciso esperar baixar o rio, diz. “Aí vamos ver o prejuízo”. Ele tem cinco funcionários para trabalhar nas fazendas. Para chegar e sair, só de barco, conta.

O produtor lembra que em 2004 também ocorreu enchente. Roberto reclama da postura da Cesp, que não alertou a comunidade dos riscos.

Conforme boletim da empresa, os vertedouros da usina Sergio Motta, de Porto Primavera, a vazão aumentou a partir do dia 23. A empresa diz que a abertura de comportas é uma ação preventiva, comum em épocas de cheia. Para Nilbradt, o gesto da empresa foi tardio, por isso uma grande quantidade de água veio de uma vez.

(Colaboraram Almir Portela, de Batayporã, e Marcos Donzeli, de Nova Andradina)

SIGA-NOS NO Google News