Cassilândia Notícias

Cassilândia Notícias
Cassilândia, Sexta, 19 de Abril de 2024
Envie sua matéria (67) 99266-0985

Geral

Abates continuam caindo, mas preço do boi é estável

Fernanda Mathias/Campo Grande News - 12 de agosto de 2008 - 13:16

Dados da SFA (Superintendência Federal de Agricultura) mostram que os abates de bovinos em Mato Grosso do Sul continuam em queda, sofreram retração de 15% no mês de julho em relação ao mesmo período de 2007. Os preços, porém, estão estáveis, oscilando entre R$ 88,00 e R$ 90,00, segundo o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Laucídio Coelho Neto.

No que depende dos preços pagos aos produtores, acredita Laucídio, o consumidor não deve ter novos sustos pelo menos nos próximos 60 dias. Em 12 meses o preço da carne de segunda (dianteiro) aumentou em até 80% ao consumidor e a de primeira (traseiro) 40%.

Essa diferença, explica Laucídio, se deve ao fato de que mais pessoas saíram da linha de pobreza e entraram para a classe “C”. Elas estão consumindo mais carne, o que impactou principalmente as de segunda.

Neste ano foram abatidos em Mato Grosso do Sul 1.937.767 bovinos, número 11,5% menor que os 2.191.270 abatidos de janeiro a julho do ano passado. São 253.503 animais a menos, o equivalente à média de um mês inteiro. Em julho foram 253.722 abates contra 299.899 em julho de 2007.

Laucídio acredita que essa redução seja conseqüência da redução da oferta de fêmeas, já que os bezerros voltaram a ser negócio altamente lucrativo, hoje na casa dos R$ 800,00. “Antes nossa proporção de fêmeas abatidas era de 50% hoje oscila entre 30% e 35%, porque o bezerro está valendo”, diz.

No mês de julho, diante da baixa oferta de bovinos, frigoríficos anunciaram férias coletivas, suspensão de abates e até o fim de atividades, como é o caso do Margem de Três Lagoas. Laucídio não acredita, porém, que a redução de abates seja conseqüência desse movimento. “As plantas têm uma capacidade ociosa e quando uns param os outros absorvem estes animais que deixaram de ser abatidos naquela unidade”, explica.

As exportações seguem de vento em popa, atingindo principalmente mercados que compram dianteiros, do Oriente Médio e a Rússia. A expectativa é que ainda este ano o mercado europeu retome as exportações suspensas em outubro de 2005.

A base de compra da Europa são carnes traseiras, com maior valor agregado, por isso é um mercado tão cobiçado. No mês passado o Estado reconquistou o status de área livre de febre aftosa junto da OIE (Organização Internacional de Epizootias), no qual muitos mercados, dentre eles o europeu, se referenciam.

SIGA-NOS NO Google News