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Geral

A quem interessa as eleições da OAB

Manoel Afonso - 09 de novembro de 2015 - 11:01

Manoel Afonso escreve para jornais e sites de MS
Manoel Afonso escreve para jornais e sites de MS

É a mesma ladainha a cada pleito da Ordem dos Advogados do Brasil em nosso Estado, e em todo o país. O assunto ocupa espaço na mídia onde cada candidato vende seu peixe e apresenta sua plataforma a toda sociedade.


É como se os destinos da entidade e sua forma de gerenciamento estivessem ligados diretamente à vida e ao dia a dia de todos os cidadãos. A dimensão dada a escolha dos dirigentes transcende aos seus limites da lógica.


Oportuno lembrar que entidades classistas que congregam e representam médicos, engenheiros, dentistas e outros profissionais realizam suas eleições para escolha de seus dirigentes. E em nenhuma delas há a tentativa de envolvimento da sociedade no processo.


Apenas a título de comparação. Argumentam os advogados que a entidade deles seria a paladina da democracia, da defesa do Estado de Direito e da cidadania. Mas o que dizer então dos médicos, que cuidam da nossa saúde e das nossas vidas? Mesmo assim, nas eleições do Conselho Regional de Medicina, não há esse estardalhaço – nem longe – como fazem os advogados.


Como advogado e ex-conselheiro da OAB-MS podemos dizer que os interesses pelo comando da entidade vão muito além do simples exercício da representatividade. Vários outros aspectos não são divulgados ao longo da campanha por razões óbvias. Presidir essa entidade garante status, visibilidade política e bom trânsito junto aos poderes constituídos.


Mas insisto: ouvindo as entrevistas dos candidatos e lendo suas propostas, não me convenço de que essa tentativa de envolvimento da sociedade no pleito seja sensata. As pessoas comuns não tem intimidade com a forma e os dispositivos legais que regem a administração da OAB. Daí que a essa discussão de valores deveria ser restrita apenas aos advogados, os únicos eleitores habilitados ao pleito.

Mas como o advogado – em tese – seria um agente político de bom potencial, aproveita-se a ocasião para aumentar a musculatura e até preparar terreno visando alçar outros voos. Afinal, a OAB tem sido trampolim de projetos políticos como mostram os exemplos de personagens locais e nacionais.


Penso eu; também nestas eleições o eleitor será usado e não sabe. É velho filme!


De leve...

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