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A homenagem de Manoel Afonso a Joaquim Isquierdo

Manoel Afonso - 08 de novembro de 2006 - 11:24

JOAQUIM ISQUIERDO. NÃO PODIA ESQUECER DELE!
“Nossa Senhora/me dê a mão/
olha pro meu coração...”

Esse trecho da música do Roberto Carlos encaixa como uma luva nesta homenagem ao amigo Joaquim, devoto fiel da Padroeira do Brasil, de quem carrega uma imagem. Não sai de casa sem ela! Ela lhe dá forças, recarrega sua bateria nos momentos de dificuldades e de dor.
Joaquim aprendeu desde cedo que a vida não é fácil, que requer determinação, que ela é una, não é dividida em semestres, onde nem sempre os semáforos são verdes, os cadeados estão abertos, os nós desatáveis, as pontes seguras, os caminhos iluminados, os ventos sopram à favor e o céu é de “brigadeiro”. Aprendeu mais: que a vitória exige garra, sem se deixar iludir por atalhos que violem sagradas normas de conduta.
Faz um bom tempo que não nos encontramos. Anos talvez! Mas minha memória é fotográfica: lembro dele mostrando o terreno comprado para o supermercado; seu entusiasmo ao longo das obras, a inauguração em dezembro de 1977, os primeiros meses, os problemas de energia elétrica e a família empenhada. Como esquecer quando ladrões arrombaram seu cofre?
Esse paulista de Monteiro sempre foi sonhador. Ainda jovem morou em São Paulo e aqui trabalhou na farmácia de seu irmão. Em 1967, já casado, fechou a loja - “Casa Econômica”, mudou-se para Porto Velho e foi trabalhar com seu avião no transporte de minério na Amazônia. Diz ele: uma experiência para nunca esquecer A cada viagem, uma nova prece de sua Eunice pedindo proteção. Um parêntese para falar dela: “prova de amor verdadeiro, com pilha alcalina de longa duração”.
Em 1971 decide retornar e compra o armazém do João Costa e da Adgmar, numa época em que a cidade já prometia dias melhores. Tempos de sonhos, mas de dificuldades que o pessoal conhece em detalhes. Dispensa maiores comentários.
O empreendimento comercial do homenageado era inédito, pioneiro na cidade. Imaginem o cassilandense simples que nunca tinha visto açougue e padaria juntos! Joaquim apostou suas fichas no sistema do auto serviço contra o balcão tradicional dos empórios de secos e molhados. O sucesso foi tal que em 1987 dobrou para 1.000 m2 a área construída.
Crises econômicas, incertezas dos planos econômicos oficiais não faltaram. Dos heróis que resistiram a tanta loucura das moedas, ele foi um deles. Joaquim resistiu também a muitas outras provações. A perda do filho Gilson foi a maior delas. Ele balançou... mas agarrou-se nas mãos de Deus, chorou tudo que tinha direito e sobreviveu. Também a morte do seu companheiro de viagens e compadre Lipe Leal não foi esquecida. Aliás, permanece ao seu lado, o braço direito Álvaro, firme e vigilante, a quem Joaquim nutre sincera amizade, admiração e gratidão.
A trajetória do corinthiano Joaquim se confunde com a própria cidade. Nunca se negou a dizer sim. Na fundação do CTC e na vinda do Banco do Brasil foi um entusiasta. Ainda há pouco colaborou na compra do terreno para o novo Lar dos Idosos. Corinthiano sensível, amigo do Valtão, do Izidoro “Escovinha”, dr. Juracy Lucas, Jacy Reis Costa, José Ancelmo e do Evânio Piloto, também gosta de pescar, jogar conversa fora, ouvir Julio Iglesias e Nelson Gonçalves.Falta-lhe tempo, é claro!
Justiça seja feita: falar do Joaquim é homenagear quem foi a luta com determinação, que abraçou a vida e venceu pela ousadia. E já que hoje ele está comemorando mais um aniversário, a gente aproveita para cumprimentá-lo: Parabéns! Parabéns de toda Cassilândia. Um abraço e um beijo no seu coração.
Manoel Afonso

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