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Geral

A homenagem a uma mãe

Redação - 14 de maio de 2017 - 19:00

Wellington Machado Isquerdo é espírita. Hoje em seu Facebook fez homenagem a sua mãe. Leia:

Minha mãe é para mim algo tão sublime que nenhuma palavra poderia descrever.
Não acredito apenas no fenômeno da reencarnação, eu sei que ele é fato, como o sol é, como a terra é.
Minha mãe, aceitou me receber como filho, abriu as portas da escola carnal chamada Terra para que eu pudesse enfrentar os meus desajustes do passado, meus débitos para com tantos... para que eu pudesse além de aprender lições novas, recapitular velhas, reparar os equivocos do passado. Mas não somente me aceitou como lutou em varios momentos para que eu aqui ficasse, para que eu nao retornasse antes do tempo ao local de onde viemos, o plano espiritual.
Uma alma endividada como a minha tinha que voltar ao palco terreno para se reajustar; e só o espiritismo poderia dar conta de mim, ser um freio aos desatinos de outrora.
Ah... minha mãe, em meio a um mundo de aparentes injustiças e desvarios de tantos, se manteve firme, deixando o exemplo a ser apreciado, coisa não compreendida assim de pronto... compreender a renuncia de si mesmo e sua abnegação é coisa que só o tempo é capaz de oferecer.
Minha mãe antes de vir pra cá deve ter estudado na Escola da Legião de Maria de Nazaré! Já chegou para consolar, com a partida dolorosa de seu irmão Lazinho chegava os olhinhos azuis da EuNice, Eu em Nice... Nice? Lá para as bandas da França nao é o local simbólico da Mãe Santissima? Sim, é verdade! Deve ser por isso que seu inspirador nome seria Eu em Nice, EuNice, ou simplesmente eu com a Mãe Santíssima. E consolou a familia toda, atraindo a atenção para o necessário cuidado com aquele bebezinho de olhinhos azuis que adoça qualquer amargura dos adultos...
Não, não se fez só por consolar, tarefa missionaria de Jesus, fez também viver tantos apuros em todos os significados desta palavra... que se apurou... como se apura o caldo da cana na fornalha incandescente que se torna o melado firme e doce.
Quantas vezes minha boca de fel ficou adocicada do melado Nicinha.
Jovem é rebelde! Ao menos eu fui. Mas o tempo doce de uma mãe que nao reclama, que ouve e se cala, ou que elogia quem nós atacamos foi vencendo como só as mães com abnegação e renuncia de si mesmo pode vencer... o tempo... o tempo nos transforma, mas quem tem o exemplo ao longo do inexorável tempo transforma mais rápido.
Minha mãe foi corajosa ao me aceitar receber como filho. Tudo que sou hoje devo de alguma forma ao seu exemplo, à docura de seu melado apurado no tacho de sua propria vida... e nunca deixou eu perceber que as labaredas que lambiam o tacho do seu próprio corpo lhe doía n'alma...
Almas endurecidas tem dificuldades em se reunirem em paz, mas ela sorrindo em meio as dores conseguia nos reunir... nos pegava pelo estômago. Quantas refeições, quantas reuniões dominicais foram regadas pelo sabor de seu cardápio amoroso e sem ninguem perceber nem ajudar, lá estamos nós todos reunidos na mesma mesa, barulhentos com bocas cheias de sabor das suas silenciosas mãos moldando as cores e aromas na suculencia das suas panelas...
Difícil dizer quem ou o que seria eu se nao tivesse sido domado com seus sabores nos encontros familiares pacificados à base de seus temperos...
Minha mãe, como tantas, não é uma mãe é uma missionária, recebeu certamente de Maria a incumbência de estabelecer a paz numa "Faixa de Gaza", e ela aceitou tal tarefa...
Senhor da Vida, Mestre Galileu, Maria de Nazaré, venho sem merecimento rogar ao alto derramar sobre minha mãe o sublime amor em gratidão por ela ter se desvelado em Vossa missão, transformando uma alma como a minha em trigo para o pão.

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