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A história de Pepe na Seleção; jogador de um time só

CBF News - 24 de fevereiro de 2008 - 15:47

Pepe não reclama da sorte. Nem poderia. Com currículo marcante, de 93 títulos conquistados pela Seleção Brasileira e pelo Santos - o único clube em que atuou - ele ainda exibe a façanha de, como ponta-esquerda, ter marcado 405 gols em 750 jogos. Ele é o segundo maior artilheiro da história do clube da Vila Belmiro.

- Costumo brincar que sou o maior artilheiro do Santos. Não vale comparar com o Pelé.

Na Seleção Brasileira, ocupando uma posição em que a principal tarefa eram as jogadas de linha de fundo e os cruzamentos para os companheiros concluírem, os números também são expressivos: 22 gols em 41 jogos. Pepe foi, portanto, um jogador vitorioso. Faltou ser titular nas Copas do Mundo de 1958 e 1962, em que foi reserva de Zagallo, sem ter jogado uma única partida.

- Ser bicampeão mundial sem ter entrado em campo foi chato. Ainda mais que na preparação para as duas Copas eu tinha tudo para ser titular, mas acabei me machucando. Isso sem tirar o mérito do Zagallo, é bom que fique claro.

Em 1958, obrigado a extrair vários dentes, como conta, Pepe ficou de fora dos treinos iniciais e de três amistosos. No quarto, no dia 18 de maio, no jogo de despedida contra seleções, marcou um dos três gols na vitória do Brasil sobre a Bulgária por 3 a 1.

- Três dias depois, jogamos contra o Corinthians, no Pacaembu, e marquei dois gols na goleada de 5 a 0. Joguei o tempo inteiro e logo depois embarcamos para a Suécia.

Na viagem para a Suécia, houve uma parada na Itália, para dois amistosos contra Fiorentina e Internazionale - o Brasil venceu os dois jogos por 4 a 0. No primeiro, contra a Fiorentina, em Florença, marcou dois gols. Continuou com titular, mas do segundo, contra o Internazionale, em Milão, não gosta de lembrar.

- Foi o jogo que me tirou da Copa, O ponta-direita do Internazionale me pegou por trás, no pé de apoio, e eu tive uma forte torção no tornozelo esquerdo. Segui a viagem para a Suécia de chinelo, de tão inchado que o pé ficou.

Zagallo entrou no lugar de Pepe no amistoso contra o Internazionale, também marcou o seu gol, e ficou com a posição. Pepe só foi recuperar-se para a partida da semifinal contra a França, quando o time já estava definido.

Em 1962, a história se repetiu. Pepe foi titular na maioria dos amistosos preparatórios, mas uma contusão no joelho na reta final levou-o de novo à reserva.

Pelo Santos, Pepe também foi bicampeão - mundial e da Libertadores. E aí jogou todas as partidas, teve participação fundamental, como no segundo jogo da decisão de 1963 contra o Milan, no Maracanã, em que marcou dois gols de falta na vitória por 4 a 2.

- Foram dois gols parecidos. O chute pegou bem, o goleiro do Milan nem viu a bola passar.

O chute violento era a grande arma de Pepe. Tanto que ficou conhecido como o Canhão da Vila. Pepe conta que começou nas divisões de base do Santos como meia-esquerda e depois passou para a ponta-esquerda. Foi quando aprimorou a força do chute, que já era uma habilidade natural.

- Chutar forte foi um dom, desde garoto foi assim. Mas quando passei para a ponta-esquerda, treinei mais, consegui chutar mais forte ainda.

Para tanto contribuiu o aprendizado com Jair da Rosa Pinto, com quem formou um dos famosos ataques do Santos: Dorval, Jair, Pagão, Pelé e Pepe.

- Aprendi muito com o Jair. Além de chutar forte, ele punha uma curva na bola, o que tornava a cobrança indefensável.

Encerrada a carreira no Santos, em 1969, Pepe foi treinador, também vitorioso, inclusive na Vila Belmiro.

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