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A fala de Lula na ONU

Nelson Motta e Lia Rangel/Agência Brasil - 23 de setembro de 2003 - 14:29

Nova York - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu em seu discurso na abertura da 58ª Assembléia-Geral das Nações Unidas o aperfeiçoamento do sistema multilateral da ONU para uma necessária convivência democrática no interior das nações. "Toda a nação comprometida com a democracia, no plano interno, deve zelar para que, também no plano externo, os processos decisórios sejam transparentes, legítimos e representativos", disse.

Segundo o presidente, as tragédias do Iraque e do Oriente Médio só encontrarão solução num quadro multilateral e, especialmente, com a ONU desempenhando um papel central. "Não podemos fugir as nossas responsabilidades coletivas. Pode se vencer uma guerra isoladamente. Mas não se pode construir a paz duradoura sem o concurso de todos", ressaltou.

Quanto a disposição de adotar formas mais efetivas de combate ao terrorismo, contra as armas de destruição em massa, e o crime organizado, o presidente brasileiro afirmou que isso é louvável, mas, segundo ele, a ONU não foi criada para remover os escombros dos conflitos que ela não pôde evitar, por mais valioso que seja o seu trabalho humanitário. "Nossa tarefa central é preservar os povos do flagelo da guerra. Não podemos confiar mais na ação militar do que nas instituições que criamos com a visão da História e à luz da razão", disse Lula.

Sobre a reforma das Nações Unidas, o presidente Lula disse que a questão tornou-se um imperativo diante do risco de retrocesso no ordenamento político internacional. "É preciso que o Conselho de Segurança esteja plenamente equipado para enfrentar crises e lidar com as ameaças à paz. Isso exige que seja dotado de instrumentos eficazes de ação", acrescentou.

O presidente Lula ainda fez uma homenagem ao embaixador Sérgio Vieira de Mello e aos demais representantes da ONU que morreram no atentado ao prédio das Nações Unidas em Bagdá, no Iraque, no mês passado. Ele disse que a melhor forma de honrar essas vítimas é redobrar a defesa da dignidade humana onde quer que ela seja ameaçada.

Em outra parte do discurso, o presidente brasileiro voltou a criticar os países ricos pelas barreiras impostas por eles aos paises pobres. Em relação ao combate à fome e à miséria, o presidente Lula disse que esta é a única guerra que todos poderão vencer. "A fome é uma emergência e como tal deve ser tratada. Sua erradicação é uma tarefa sivizatória que exige um atalho para o futuro. Vamos agir para acabar com a fome ou imolar nossa credibilidade na omissão? O verdadeiro caminho da paz é o combate sem trégua à fome e à miséria, numa campanha de solidariedade capaz de unir o planeta", destacou Lula.

O presidente encerrou seu discurso no plenário da ONU reforçando que o maior desafio da humanidade e, ao mesmo tempo o mais belo, é justamente o de humanizar-se. "É hora de chamar a paz pelo seu nome próprio: justiça social", concluiu.

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