Cassilândia Notícias

Cassilândia Notícias
Cassilândia, Sexta, 29 de Março de 2024
Envie sua matéria (67) 99266-0985

Geral

A evolução da língua, por Rogério Tenório de Moura

Rogério Tenório de Moura - 21 de janeiro de 2008 - 07:06

Não há dúvidas de que a língua sofreu e sofre influência ao longo do tempo das gerações e locais em que se desenvolve, o “Português” falado aqui não é o mesmo de Portugal, Moçambique, Angola e outros países lusófonos; todos possuem as suas variações lingüísticas, as quais ocorreram por sofrer influência de idiomas locais ou até por influências internacionais.
Quando Roma era o maior império do mundo, o Latim se tornou uma língua conhecida universalmente, conforme o poder econômico foi mudando, o prestígio das línguas também. Depois do Latim ainda ganharam destaque o espanhol, o Francês, e agora o Inglês, por exercer grande influência econômica.
Há ainda um outro fator que nem mesmo por força de lei poderia garantir a imutabilidade da língua: o tempo; as gerações que se sucedem tendem a suprimir partes das palavras, tomemos por exemplo o pronome pessoal “você”, inicialmente era vossa mercê, tornou-se na geração seguinte “vois micê”, depois você, que é a última forma acoplada ao dicionário, porém sendo usada correntemente pelo povo ainda existem “ocê” e “cê”, que pelo seu grande uso devem, sem demora, ser inseridas no dicionário.
Obviamente os escritores não devem se estagnar no tempo fazendo da leitura uma viagem ao passado carregada de expressões pouco conhecidas pelo povo o que a tornaria desagradável, porém não devem se render a cada novo neologismo tornando a leitura um código praticamente indecifrável para quem não acompanhar os modismos da língua.
O escritor deve ser o meio termo, o ponto de conciliação entre a linguagem oral e a escrita para que a linguagem coloquial não seja desvalorizada, desprestigiando, assim seus falantes, nem a escrita seja tida por arcaica e descartável, pois somente esta é capaz de unir em um só idioma potiguares e gaúchos e fazer com que todos se entendam.
Outras vertentes da comunicação que se têm imposto e feito valer seu poder na forma de falar do povo de todo o país são o rádio e a televisão. Ambas ganharam espaço em todas as partes do país, fazendo com que os grandes centros, os quais possuem o maior número de emissoras e com maior alcance de público, imponham a forma de falar dos mesmos. Qualquer pessoa, em qualquer parte do país, entende quase perfeitamente tudo o que um paulista ou um carioca dizem, o mesmo não sucedendo com os paranaenses, paraenses...
Os meios de comunicação escrita têm de se fazer valer da receita dos meios de comunicação falada, mesclando o coloquial ao formal conseguiram inserir o “dialeto” dos grandes centros em todo o país, com um prejuízo, imprensa falada não alfabetiza, nivela Parafraseando Cecília Meireles, utilizemos um “pouco disto, sem esquecer daquilo” e com certeza a literatura além de nos unir ajudará muitos a crescer e conhecer um pouco mais de nosso próprio idioma.

Rogério Tenório de Moura
é licenciado em Letras pela UEMS,
especialista em Didática Geral
e em Psicopedagogia pelas FIC

SIGA-NOS NO Google News