Os ventos de Mato Grosso do Sul que chegam à Bahia e ao Brasil quase sempre trazem notícias ruins. É impressionante como isso ocorre com tamanha freqüência!
As notícias que chegam de Mato Grosso do Sul, a exceção dos ventos em forma de frentes frias que trazem chuvas para o Nordeste, geralmente são sobre tráfico de drogas, contrabando via Paraguai, surto de aftosa, estradas intransitáveis, pensão vitalícia para ex-governadores que fizeram muito pouco e daí por diante.
É bem verdade que a mídia divulga as piores notícias de todos os lugares porque notícia ruim vende muito mais do que notícia boa.
Mas Mato Grosso do Sul bem que poderia ser mais generoso com os seus filhos.
Os meus colegas da Imprensa aqui da Bahia, que adoram fazer resenha com tudo que vêem pela frente, estão sempre tirando uma casquinha deste pobre e mortal colunista.
- Ê, Corino, viu só esta que veio lá da tua terra, hein? Só tem traficante de drogas e aftosa por lá, é?
E eu, sul-matogrossense de carteirinha, procuro sair pela tangente:
- Não é bem assim, não, amigo... não é tudo isso que estão dizendo por aí. Isso é intriga da oposição. E o Pantanal? Ninguém fala do Pantanal. Vamos falar do Pantanal. Deus fez o Pantanal no momento mais inspirado do Dia da Criação.
Aliás, eu vivo discutindo por aí sobre o Pantanal. Na propaganda, aparece Pantanal Mato-grossense e nunca Pantanal Sul-matogrossense, quando, a bem da verdade, dois terços deste verdadeiro paraíso ficam no nosso querido Mato Grosso do Sul. Mas na propaganda, não. Lá só aparece Mato Grosso. Mato Grosso do Sul que se lasque!
O ex-governador Zeca do PT – que Deus não o mantenha com sua polpuda aposentadoria vitalícia! – até por ser um quadro da esquerda deste País, poderia pelo menos ter investido mais, em seus longínquos oito anos de mandato, na imagem de Mato Grosso do Sul, com um marketing positivo sobre o Pantanal, sobre as belezas naturais de Bonito, sobre o Salto do Aporé, na nossa querida Cassilândia, no agronegócio, no turismo de negócios, pois o Estado está localizado estrategicamente, bem no centro do País, com estradas para todas as regiões brasileiras.
Nem das estradas sul-matogrossenses, para dar condições ideais para o escoamento da produção, o ex-governador, a exemplo de seus antecessores, cuidou.
Espero, assim, ansiosamente, que o novo governador André Pucinelli reverta esse quadro que, a meu ver, é bastante desfavorável.
Se fizer isso, prezado André, ser-lhe-ei grato duas vezes: primeiro por estar fazendo algo de bom pelo nosso Mato Grosso do Sul e por nosso sofrido povo e segundo porque não terei que ficar ouvindo mais tantas piadinhas sem-graça por aqui acerca das más notícias sul-matogrossenses que chegam, praticamente todos os dias.
Nesse dia, senhor governador André, poderei dizer, finalmente, aos meus diletos colegas baianos:
- Olha, galera, agora nós tamos chique no úrtimo...

Corino Rodrigues de Alvarenga
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