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A crônica do Corino - Teorebas

Corino Rodrigues Alvarenga - 27 de janeiro de 2007 - 07:47

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Eu tenho o costume de chamar de teoreba toda e qualquer teoria de decoreba, isto é, aquela que todo mundo sabe como funciona, ou melhor, como não funciona.
É esta a impressão que eu tenho do tal Pac – o Plano de Aceleração do Crescimento, lançado na segunda-feira pelo presidente Lula.
O Fernando Henrique lançou, em seu governo, o simpático Avança Brasil, cujo resultado todo mundo sentiu na pele. Foi aí que eu cheguei à conclusão que quem avança é cachorro.
O Pac já é estranho no nome: Aceleração do Crescimento. Não soa bem. Primeiro que o Brasil não tem o que acelerar em crescimento nem que retomar o crescimento. O Brasil precisa, a grosso modo, é começar a crescer.
Para você acelerar um carro, é preciso que ele já esteja andando, em movimento. O Brasil me parece um carro paralisado, em que o motorista – no caso, o presidente – está permanentemente com o pé no freio. Ou pés.
O Partido dos Trabalhadores tinha em seu programa de governo duas fases definidas em sua política social. A primeira seria a das medidas emergenciais, com prazo estabelecido de 18 meses, em que o Bolsa-Escola, transformado em Bolsa-Família depois, só ficaria em vigor um ano e meio, como um atendimento emergencial às famílias mais carentes, até a implantação da segunda fase, a das medidas estruturais.
Qualquer um pode pesquisar isso pela internet. Está lá no programa de governo do presidente Lula. E do PT, claro.
Mas o que o presidente percebeu? Certamente aconselhado pelo marqueteiro Duda Mendonça e pelo aspone Zé Dirceu, Lula percebeu que estava bem nas pesquisas, que o Bolsa-Família daria votos – como deu mesmo para a sua reeleição, no ano passado – e esqueceu as tais medidas estruturais, dando continuidade às tais medidas emergenciais com a sua esmola vexatória, que humilha, que incentiva a preguiça.
Luiz Gonzaga já sabia disso, quando afirmou: \"mas doutor, uma esmola pra um homem que é são, ou lhe mata de vergonha, ou vicia o cidadão.”
Eu votei em Lula por ser um contraponto ao neoliberalismo. Mas hoje percebo que Lula implantou uma espécie de neoliberalismo vermelho, nem socialista, nem capitalista.
O Brasil precisa de outra fórmula mais realista, em que teríamos que dar outro significado à sigla Pac- Programa Ação Concreta.
E não apenas um plano. Plano é coisa de quem não faz. O Brasil não precisa de plano. Precisa de ação. Precisa de trabalho. Precisa de um governo trabalhador.

Corino Rodrigues de Alvarenga
Contato com o colunista:
[email protected]

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