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A crônica do Corino - Sérgio x Bush

Corino Rodrigues Alvarenga - 05 de novembro de 2006 - 07:30

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Sérgio x Bush

Hoje eu quero escrever um pouco sobre o brasileiro com B maiúsculo chamado Sérgio Vieira de Mello, que nasceu no Rio de Janeiro, no dia 15 de março de 1948 e que veio a perder a vida em Bagdá, no dia19 de agosto de 2003, num atentado terrorista à sede local da ONU juntamente com outros membros de sua equipe.
Sérgio Vieira de Mello foi um diplomata brasileiro da mais alta relevância para o seu País e para o mundo, na condição de funcionário da Organização das Nações Unidas, que dedicou 34 anos da sua vida ao serviço de amparo ao seu semelhante, independente da cor da pele, da crença, da nacionalidade e da cultura.
Eu responsabilizo uma única pessoa por sua morte: o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. Enquanto Sérgio foi um ferrenho seguidor das determinações da Onu, George W. Bush passou por cima da mais importante entidade que defende os direitos humanos no planeta e declarou guerra ao Iraque.
Com base na desculpa de combater o terrorismo, Bush ordenou a invasão sangrenta que já matou, segundo estimativas de organismos internacionais, cerca de 650 mil cidadãos iraquianos e de outras partes do mundo que lá estavam ou viviam.
Sob o argumento de combater os responsáveis pelo atentado ao World Trade Center, localizado na Ilha de Manhattan, em Nova Iorque, no dia 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos invadiram o Iraque, o segundo maior produtor de petróleo do mundo, para tirar Saddam Hussein do poder e pôr as mãos em Osama Bin Laden, que nasceu na Arábia Saudita e não no Iraque.
Os Estados Unidos sempre procuraram buscar subterfúgios para invadir países que apresentem aspectos econômico-financeiros interessantes sob o ponto de vista eminentemente comercial.
Essas desculpas vêm desde os tempos em que a leva de ingleses e irlandeses dizimou os cheyennes, apaches, navajos, comanches, blackfeet e sioux e tantas outras tribos indígenas que eram os verdadeiros donos da América. Até os cavalos mustang pagaram o pato.
Nunca faltou desculpa nem nunca faltará desculpa para os presidentes norte-americanos invadirem territórios que lhes interessem comercialmente, a exemplo da Amazônia, o pulmão do mundo – o Brasil que ouse um dia declarar moratória e eles virão aqui buscar o verde da Amazônia para se somar ao verde dos dólares.
O tom da cor combinaria que é uma beleza. E eles gostam desse tipo de combinação de cores.
Mas não se pode culpar apenas George W. Busch – tal pai, tal filho -, mas a estrutura política como um todo, envolvendo, sobretudo, o Congresso Nacional, que é dominado pelo lobby fortíssimo da indústria bélica.
Os Estados Unidos se vêem obrigados a promover uma guerra a cada dois ou três anos, pois as ogivas, os mísseis, os aviões, os submarinos, os porta-aviões e outras arapucas utilizadas para o derramamento de sangue têm o seu prazo de validade específico – e, se não forem utilizados a tempo, vão para o lixo e precisam ser renovados. É preciso sempre se justificar novos gastos perante a manipulável opinião pública estadunidense, presa pela mídia e abocanhada pela sanha de poder de seus mandatários do Executivo e do Legislativo.
O escândalo da estagiária Mônica Lewinsky é apenas um dos exemplos para ilustrar o que estou afirmando e que fez o pacífico presidente Bill Clinton – mulherengo, mas pacífico – a declarar a Guerra do Golfo Pérsico.
Se Clinton não o fizesse, sofreria o impeachment. Eu não tenho a mínima dúvida disso. O crescimento do socialismo na América Latina – Brasil, Argentina, Bolívia e Venezuela – representa um risco significativo num futuro talvez não muito distante, até porque países como Brasil e Venezuela apresentam dois pólos comerciais e financeiros relevantes: o petróleo e a Amazônia; sem se falar no gás da Bolívia.
Uma invasão norte-americana por aqui significaria, de pronto, a troca do Mercosul pela Alca – que Deus a tenha no fogo do inferno! Aliás, Alca lembra alça. E de caixão.
Então, em virtude de tudo que fez pela paz mundial, doando a sua própria vida contra as mais vis cenas provocadas pela guerra, reconheço, na pessoa do diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, uma luz de esperança de que este planeta ainda tem solução.
Graças ao bom brasileiro Sérgio, eu acredito que... nem tudo está perdido.

Corino Rodrigues de Alvarenga
Contato com o colunista:
[email protected]













































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